Da Redação
Com África 21
Quase 40% das exportações angolanas de petróleo vão para a China, representando 16% das importações chinesas deste hidrocarboneto, de acordo com informações neste 29 de fevereiro, do jornal China Daily, num suplemento de oito páginas dedicado a Angola.
Segundo o jornal, desde 2009, em cinco anos após a concessão dos primeiros créditos chineses a Angola, o país tornou-se “uma das mais importantes fontes de petróleo para a China” e o seu maior parceiro comercial em África”.
De acordo com o jornal, as exportações angolanas para a China somaram mais de 20 mil milhões de dólares (14,8 bilhões de euros) em 2011 e “deverão crescer em 2012”.
“Angola tornou-se um brilhante exemplo de como um país se pode transformar”, diz também o China Daily, realçando que o PIB (Produto Interno Bruto) angolano registou um crescimento anual de 11% entre 2002 e 2010.
Dezenas de grandes empresas estatais chinesas operam em Angola, nomeadamente na construção de infra-estruturas, mas “o número de investidores privados chineses está a crescer”, indica o jornal, sem precisar a dimensão.
O montante dos empréstimos e linhas de crédito concedidos pela China a Angola desde 2004, através de vários bancos estatais, ronda os 15 bilhões de dólares (11,14 bilhões de euros), disse o embaixador chinês em Luanda, Zhang Bolun, há cerca de um ano.
“Apesar das críticas, que dizem que os acordos (financeiros) favorecem a China, a relação (China-Angola) está a amadurecer rapidamente. É, com certeza, uma relação mutuamente benéfica”, comenta o China Daily.
Recentemente, o embaixador angolano em Pequim, João Garcia Bires, admitiu que Angola espera inaugurar novas áreas de cooperação com a China, no que diz respeito à agricultura e exploração de diamantes, não se limitando a exportar o petróleo para o gigante asiático.
Angola e a China estabeleceram relações diplomáticas em 1983 e desde essa data a cooperação bilateral aumentou, particularmente após o fim da guerra em Angola em 2002, superando a África do Sul e se tornando um dos maiores parceiros comerciais da segunda maior economia do mundo.
A China participa na construção de habitações, reabilitação das principais infra-estruturas rodoviárias, como pontes, estradas, caminhos-de-ferro e instalações hospitalares.