Da Redação
Com Lusa
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve lucros de 51,9 milhões de euros em 2017, depois de no ano anterior ter tido prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, foi anunciado em Lisboa.
“Em 2017, a CGD teve um resultado líquido consolidado de 51,9 milhões de euros e um resultado de exploração ‘core’ de 634 milhões de euros. Assim, pertencem ao passado os prejuízos, a incerteza e a instabilidade institucional”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do banco público, Emílio Rui Vilar.
Em 2016, o banco público tinha apresentado prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, depois de ter reconhecido um montante de 3.017 milhões de euros em imparidades e provisões.
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, garantiu que o banco público não vai alterar o preçário este ano e que o Governo não interferiu na gestão da instituição.
Questionado sobre se se preveem novas subidas dos preçários este ano, o presidente executivo da CGD admitiu que existe a intenção de aumentar o volume angariado através das comissões, mas não de alterar o preçário este ano.
O preçário das comissões da CGD esteve em debate no parlamento esta semana, com o primeiro-ministro, António Costa, a afirmar que o Governo “não se intromete na gestão da Caixa Geral de Depósitos”.
Paulo Macedo reiterou a afirmação do primeiro-ministro: “Não tivemos qualquer interferência do Governo nestes 12 meses de atividade. O Governo não serve para qualquer desculpa desta Comissão Executiva”.
O presidente executivo da CGD afirmou ainda que “também seria estranho” se essa interferência tivesse acontecido, uma vez que o Plano Estratégico “diz que a Caixa tem de se comportar atuando de acordo com as regras de mercado e o investimento foi feito como se de banco privado se tratasse”.
Paulo Macedo disse ainda que “o número de pessoas isentas” de comissões é “muito superior a um milhão de pessoas” e que incluem cerca de 700 mil reformados, todos os universitários, as pessoas que têm cartão jovem, entre outros.
Ainda assim, Paulo Macedo defendeu que algumas isenções davam “centenas de milhares de prejuízos todos os anos” e que o dever da Caixa é “não ter produtos que lhe deem sistemicamente prejuízos”.
O líder da CGD comparou ainda os preços das comissões cobrados pelo banco público com os preços dos seus concorrentes, considerando que as outras instituições apresentaram aumentos de comissões mais elevados.