Da Redação
Com Lusa
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, disse que 115 entidades “mostraram interesse” na operação do banco no Brasil, durante a apresentação dos resultados, em Lisboa.
“Cento e quinze entidades mostraram interesse em receber informação” sobre a operação da Caixa no Brasil, o Banco Caixa Geral – Brasil, disse Paulo Macedo.
O presidente executivo do banco público adiantou aos jornalistas, em conferência de imprensa, que o processo de venda foi lançado “no final do ano passado”, tendo já sido contratadas “um conjunto largo de entidades” para esse efeito, como advogados e avaliadores, referiu.
Paulo Macedo disse que o processo está a “beneficiar de um maior interesse” devido a um “sentimento econômico mais favorável face ao Brasil”.
O gestor avançou ainda que “deve haver desenvolvimentos” sobre este processo “entre junho e setembro”.
O presidente executivo da CGD disse ainda que apenas no segundo trimestre deste ano deverá ser concluída a venda das operações de Espanha e África do Sul.
No ano passado, depois do processo de venda, foi decidido vender o banco de Espanha ao Abanca (que comprou em Portugal a operação do Deutsche Bank) e o Mercantile Bank ao fundo de investimento Capitec Bank Limited.
O banco público disse que as duas vendas iriam gerar mais-valias estimadas de 200 milhões de euros.
Direito ao Apuramento
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “os portugueses têm direito a um apuramento daquilo que se passou” na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a saber “se implica ou não responsabilidades”.
À saída da apresentação de um livro no Palácio Foz, em Lisboa, questionado sobre a constituição de uma nova comissão parlamentar de inquérito sobre o banco público, na sequência de uma auditoria à gestão da CGD entre 2000 e 2015, Marcelo Rebelo de Sousa começou por responder que não comenta “as comissões de inquérito do parlamento” e que desconhece essa auditoria.
“Não chegou ainda às minhas mãos”, disse.
Em seguida, no entanto, defendeu que “os portugueses têm direito a um apuramento daquilo que se passou, se implica ou não responsabilidades, e responsabilidades como, quando, de quem”.
“Isto é um princípio geral que me parece muito importante em democracia. Neste caso, como noutros casos em que estejam envolvidos fundos públicos, faz todo o sentido que se apure o que se passou, como se passou e se há responsáveis, e se responsabilize quem deve ser”, acrescentou.
Segundo o chefe de Estado, que antes deixou um apelo à contenção do confronto neste ano eleitoral, o “apuramento daquilo que se passou” na CGD deve acontecer “o mais rápido possível, até por uma questão da tal serenidade e da tal sensatez que exige que não haja dúvidas sobre o destino, a utilização de fundos públicos”.
“Eu diria que os portugueses – isso é uma posição perfeitamente compreensível – sempre que está em causa o uso de fundos públicos, têm o direito a saber como é feito esse uso, porque é dinheiro seu, é dinheiro dos contribuintes”, sustentou.
Interrogado se estava a dizer, portanto, que concorda com uma nova comissão de inquérito parlamentar sobre o banco público, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: “Não tenho de me pronunciar especificamente sobre isso. Isso é uma decisão livre do parlamento”.
“O que eu entendo é que, onde há fundos públicos, esses fundos públicos e o seu uso devem ser escrutinados, controlados, acompanhados. Fiscalizados com rigor. Porque se trata de dinheiro dos portugueses. É muito simples, é só isso”, reiterou.