Da Redação com Lusa
Cerca de meio milhão de pessoas são esperadas em Fátima para a visita do Papa Francisco por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), disse hoje o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
“A GNR [Guarda Nacional Republicana] está totalmente empenhada e mobilizada para garantir todas as condições de segurança àqueles que se dirijam a este santuário e a toda esta região, uma mobilização que se espera possa vir a ter cerca de 500 mil peregrinos no dia 05, entre os 300 mil no perímetro mais próximo do santuário e depois mais 200 mil nas imediações”, afirmou José Luís Carneiro, em Fátima (Santarém), após visitar o dispositivo desta força de segurança.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, com o Papa Francisco, de 01 a 06 de agosto.
O Papa chega a Lisboa no dia 02 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 05, para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Acompanhado pelo comandante-geral da GNR, tenente-general Santos Correia, e o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Paulo Vizeu Pinheiro, o ministro referiu que em Fátima o número de militares se vai situar “próximo dos dois mil”, no dia 05, data de maior empenhamento de meios.
José Luís Carneiro adiantou que a Guarda está, igualmente, “preparada já para também o dia 13 de agosto, que é também um dia de grande movimento” em Fátima, assim como o dia 15 de agosto, feriado religioso. Em 12 e 13 de agosto, realiza-se a peregrinação do migrante e do refugiado e no dia 15 habitualmente acorrem a Fátima milhares de pessoas.
Segundo o governante, os dias 31 de julho e 05, 13 e 15 de agosto “são os momentos de maior empenhamento humano da Guarda Nacional Republicana”.
Cerca de dois mil militares da GNR vão estar em Fátima para a deslocação do Papa Francisco ao santuário, revelou na quinta-feira esta força de segurança à Lusa.
“No pico máximo, nós vamos ter em Fátima cerca de dois mil militares e o pico máximo prevê-se, naturalmente, no dia 05”, afirmou o major Carlos Canatário, oficial de comunicação e relações públicas da operação da GNR em Fátima.
Carlos Canatário esclareceu que o dispositivo da GNR “vai sofrer alterações e adaptações consoante as necessidades” verificadas neste período, sendo que já existe um “reforço de efetivo no terreno”.
O major acrescentou que a GNR dispõe de um “conjunto de valências policiais diferenciadas que procuram dar resposta às necessidades dos peregrinos nas mais diversas circunstâncias”, incluindo patrulhas apeadas, de bicicleta ou moto e a cavalo, operações especiais, ordem pública, equipas com cães e a inativação de explosivos.
“O nosso grande objetivo é procurarmos garantir o máximo de segurança possível com a mínima perturbação possível”, destacou, explicando que, no âmbito da cooperação internacional, vão estar na cidade-santuário elementos da Guardia Civil (Espanha), da Gendarmerie (França) e Carabinieri (Itália).
Espaço aéreo
A NAV Portugal indicou hoje que preparou um plano especial para a Jornada e admitiu desviar voos do aeroporto de Lisboa para Porto e Faro em caso de necessidade.
Numa resposta enviada à Lusa, a NAV Portugal (Navegação Aérea de Portugal) refere que preparou um plano especial para a JMJ, tendo em conta “a complexidade do evento e a sua localização dentro dos limites da área terminal de Lisboa”.
Segundo a NAV, esse plano foi coordenado com todas autoridades civis e militares que têm competências neste setor de atividade.
Aquela entidade que controla o tráfego aéreo em Portugal refere também que durante a semana da JMJ “poderá existir a necessidade de regulações adicionais” devido à existência de zonas de exclusão aérea para proteção do voo do Papa Francisco, que visita Portugal entre 02 de 06 de agosto.
Quando foi apresentado o plano de segurança para a JMJ, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna afirmou que este encontro vai obrigar à definição de quatro zonas de exclusão aérea nas regiões de Lisboa e Fátima, mas os voos comerciais serão permitidos nos aeroportos da capital e de Cascais.
Segundo a NAV, diariamente estão previstos, durante a semana da JMJ, cerca de 700 voos no aeroporto de Lisboa e 2.000 na Região de Informação de Voo de Lisboa, que compreende o território de Portugal Continental e o arquipélago da Madeira.
A NAV refere também que “em condições normais” o desvio de voos para outros aeroportos não acontece, mas “caso venha a ocorrer alguma disrupção não prevista”, a solução de desvio de voos do aeroporto de Lisboa para o Porto e Faro “poderá vir a ter lugar”.
A NAV salienta ainda que não estão previstos voos adicionais no aeródromo de Cascais.
O pico de tráfego deste verão ocorreu no passado dia 22 de julho com 1972 voos na região de informação de voo de Lisboa e 712 movimentos controlados pela torre de controlo de Lisboa no dia 16, refere a NAV, que estima que o pico deste verão ocorra na semana de 14 a 20 de agosto.
As principais cerimônias da jornada decorrem no Parque Tejo e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.