Centro europeu atribui aumento de Covid em Portugal a relaxamento no Natal

Mundo Lusíada
Com Lusa
O Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) atribuiu o “aumento notável” no número de casos de covid-19 em Portugal “ao relaxamento” das restrições no Natal e, “em menor escala”, à variante inglesa do SARS-CoV-2.

No relatório sobre o “Risco de propagação das novas e preocupantes variantes da SARS-CoV-2”, divulgado pelo ECDC, a agência europeia observa que “Portugal registrou um aumento notável no número de todos os casos notificados de covid-19 nas últimas semanas”.

Num documento em que é reiterada a “preocupação” sobre as novas mutações SARS-CoV-2, nomeadamente as variantes detectadas no Reino Unido, Brasil e África do Sul, dada a elevada transmissibilidade, o ECDC aponta que, até 12 de janeiro, apenas tinham sido comunicados 72 casos da estirpe inglesa em Portugal.

No mesmo relatório, em que apela a restrições mais rigorosas e rapidez na vacinação dos grupos de risco, o ECDC indica que Portugal tem sido um dos países mais mortalidade por covid-19 na União Europeia e Espaço Econômico Europeu (UE/EEE), mas também com mais internações e com mais casos comunicados.

Variantes
Ainda, ECDC alertou para o risco “muito elevado” de contágio das novas “e preocupantes” variantes do SARS-CoV-2.

“Este aumento da transmissibilidade é suscetível de causar um aumento do número de infeções. Isto, por sua vez, é suscetível de levar a taxas mais elevadas de hospitalização e morte em todos os grupos etários, mas particularmente para os grupos etários mais velhos ou com comorbidades”, alerta o ECDC.

Por essa razão, o centro avisa os países europeus que “são necessárias intervenções não-farmacêuticas [restrições] mais rigorosas para reduzir a transmissão e aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde”, tais como confinamento das pessoas mais vulneráveis, restrições às viagens e fecho de escolas.

“O impacto da introdução e da propagação comunitária é considerado elevado. O risco global associado à introdução e propagação comunitária de variantes preocupantes é, portanto, avaliado como sendo elevado/muito elevado”, insiste o ECDC.

No que toca aos viajantes, esta agência europeia propõe que, “a fim de abrandar a importação e propagação das novas variantes preocupantes do SARS-CoV-2, devem ser evitadas as viagens não-essenciais”.

“Para além das recomendações contra viagens não essenciais […], devem ser mantidas medidas como os testes e quarentena dos viajantes, em particular para viajantes de áreas com maior incidência das novas variantes”, sugere.

Os Estados-membros da UE são “encorajados a acelerar o ritmo de vacinação para grupos de alto risco, tais como os idosos e os profissionais de saúde”.

“A fim de detectar a introdução de variantes conhecidas, bem como o aparecimento de novas variantes, os Estados-membros devem aumentar o nível de vigilância e sequenciação de uma amostra representativa de casos comunitários de covid-19”, ao mesmo tempo que devem “preparar laboratórios para aumentar o volume dos testes, adianta a estrutura, num documento em que é reiterada a “preocupação” sobre as novas mutações.

A variante britânica do vírus continua a espalhar-se pelo mundo e foi detectada, na semana passada, em 60 países e territórios, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Já a variante sul-africana, que, tal como a britânica, é muito mais contagiosa do que o vírus original, espalha-se mais lentamente e está presente em 23 países e territórios, mais três do que em 12 de janeiro.

A OMS informou ter monitorado a propagação de mais duas variantes que apareceram no Brasil, no estado do Amazonas, uma delas detectada no Japão em quatro brasileiros. “Há atualmente pouca informação disponível para avaliar se a transmissibilidade ou se as severidades são alteradas por essas novas variantes”, observou a agência da ONU.

Nesta quinta-feira, pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD /Fiocruz Amazônia) confirmaram o segundo caso de reinfecção no Brasil pelo Sars-CoV-2, em Manaus, pela nova variante identificada no Amazonas, designada B.1.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infecção em todo o mundo.

Em Portugal, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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