Da Redação
Com Lusa
O Centro de Apoio a Portugueses Carenciados em São Paulo atende 1.300 pessoas ao ano, com base nos registros de 2014, incluindo quem pede auxílio para obter documentos, aqueles com dificuldades financeiras ou relações com sistema penal.
O centro, que faz parte da Provedoria da Comunidade Portuguesa de São Paulo, o braço assistencial do consulado geral, é apoiado pela Secretaria de Estado das Comunidades mas também com doações várias de privados. “A Provedoria Portuguesa do Estado de São Paulo possui uma relação próxima com as autoridades de São Paulo, municipais e estaduais”, afirmou o cônsul-geral em São Paulo, Paulo Lopes Lourenço. A Provedoria apoia também a manutenção de um Lar de Idosos, que atualmente atende a 49 pessoas.
Os pedidos de auxílio para a obtenção documentos constituem a maior partes das razões de procura dos imigrantes portugueses, segundo Paulo Porto, diretor da instituição. Isso ocorre porque muitos portugueses que chegaram ao Brasil há décadas não regularizaram sua documentação, e, agora, necessitam dela para receber benefícios, como a reforma.
“Estive muito tempo sem documentação e a Rosana [que trabalhava no Centro de Apoio] arrumou tudo certinho”, afirmou o açoriano Osvaldo Angelino Pereira, 78 anos, que chegou ao Brasil há 35 anos após servir ao Exército português em Angola e há cerca de dois anos recebe sua aposentadoria de Portugal.
Segundo Paulo Porto, em 2014, o nível etário das pessoas que foram atendidas baixou, sendo a média entre os 30 e 40 anos, um sinal do maior número de novos imigrantes devido à crise econômica na Europa. Anteriormente, a maior procura dizia respeito a idosos, correspondente a uma migração mais antiga.
No ano passado, o atendimento de pessoas que saíram do sistema penal brasileiro superou os casos de carenciados, devido à possibilidade de os portugueses receberem a reforma e apoios sociais de Portugal à distância.
“Temos de dar apoio [aos casos de saída do sistema penal] porque não os queremos na rua, entrando de novo para a criminalidade. Através do Centro de Apoio, conseguimos roupa, emprego e documentos”, afirmou à Lusa Margarete Paterno, assistente técnica do Consulado geral de Portugal em São Paulo.
“Aqui [no centro de apoio] me indicaram logo um número de telefone, um contato para trabalhar como segurança, e lá estou há dois anos”, afirmou Manoel, 48 anos, que esteve quatro meses preso em São Paulo e aguarda a sua expulsão.
Paterno disse que seu trabalho começa quando os portugueses ainda estão presos, com o auxílio na troca de cartas, para que não percam o contato com a família. Uma equipe do consulado visita quadrimestralmente os reclusos, e disponibiliza um médico e uma enfermeira.
Há atualmente 46 homens e 17 mulheres portugueses reclusos em São Paulo, além de outros 17 em liberdade condicional, que aguardam a expulsão do Brasil, informou Paulo Porto. Entre os reclusos, a grande maioria cometeu crime de tráfico de drogas, com a exceção de três.