Entidade mais antiga da cidade já pensa na direção da próxima gestão, que inicia em março do próximo ano.
Por Mundo Lusíada
O ano de 2009 foi encerrado no Clube Português de São Paulo com uma típica Ceia de Natal portuguesa. A entidade mais antiga da cidade, prestes a completar seus 90 anos de fundação, reuniu dirigentes associativos, convidados e autoridades como o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, José Guilherme Queiroz de Ataíde, e o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo, Antonio de Almeida e Silva. “É muito bom vermos uma instituição com essa idade mas revigorada, pensando em novos projetos. Isso é sensacional, mostra que a idade não pesa” disse ao Mundo Lusíada Antonio de Almeida e Silva. Segundo o presidente do Clube Português, Rui Fernão Mota e Costa, isso é fruto de muito trabalho feito ao longo do ano de 2009. Uma das mudanças feitas por esta gestão foi a disponibilização de um elevador nas suas dependências. “Um ano de muito trabalho, cuja gestão termina em março do próximo ano. Não sei quem vai dirigir a partir do ano que vem, não tenho idéia, espero que seja alguém que possa dar continuidade a este trabalho que o Clube Português precisa”. Para esta próxima gestão, o atual presidente deseja a participação de interessados pela cultura portuguesa. “O Clube Português não precisa de dinheiro, é uma entidade auto-sustentável, e que não se preocupa com recursos para a sua continuidade. O Clube Português precisa de pessoas jovens que pudessem dar continuidade àquilo que nossos antepassados fizeram e que estamos dando continuidade. Nós não vamos ficar aqui a vida inteira porque ninguém é eterno. Gostaríamos de ter nos nossos quadros pessoas jovens que amanhã pudessem nos substituir e não tivéssemos que nos preocupar com o futuro”. Rui Mota ainda citou as dificuldades das associações nos dias atuais, que atinge não apenas as luso-brasileiras. “Hoje as pessoas tem medo de sair de casa para ir ao clube, por falta de segurança, porque na maioria dos prédios de hoje existem verdadeiros clubes em suas dependências” referiu. Além disso, citou a falta de interesse dos descendentes. “Os jovens não querem mais saber das nossas associações. Principalmente as luso-brasileiras tiveram seu auge nas décadas de 60, na época da emigração, quando os portugueses se encontravam aqui, tinham necessidade de um local de encontro. Eu mesmo fui um deles que vim ao Clube Português, conheci a minha mulher e onde me casei, e estou aqui até hoje” afirmou, declarando sua preocupação quanto ao futuro da comunidade. “Os jovens não têm mais interesse em dar continuidade a isso. Eu tenho realmente uma grande preocupação porque o Clube Português é a mais antiga entidade cultural de São Paulo, que ano que vem faz 90 anos”. Por isso, o Clube Português tem mais motivos para pensar nos seus próximos Natais, de acordo com o presidente. “São 90 anos de tradição, dedicação de muita gente que se envolveu neste clube durante todo este tempo. Hoje somos nós, mas já houve muitos outros para que nós pudéssemos chegar aqui hoje, levando isto adiante. Não é fácil. No ano que vem, nossos 90 anos precisam ser comemorados com muito entusiasmo, dedicação e dignidade”. Cerca de 150 pessoas participaram do jantar, que contou ainda com apresentação da fadista Maria de Lourdes, encontro o qual foi elogiado pelos convidados, segundo afirmou o presidente Rui Fernão. “Estou muito feliz, só recebi elogios. Nós encerramos o ano de 2009 com chave de ouro, para o próximo ano, reiniciarmos com muito entusiasmo”.
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