CDU: Manifesto contra a venda da TAP

O “Comitê de Apoio ao CDU no Brasil”, associação luso-brasileira sediada em São Paulo, entidade que é constituída por emigrantes portugueses, luso-descentes e brasileiros, vem a público manifestar seu desacordo com as medidas tomadas pelo atual governo português, regido pela coligação dos partidos PSD e CDS/PP, em referência à venda da TAP (Transportes Aéreos Portugueses).

1° – O valor a ser arrecadado pelo governo pela venda dessa grande empresa é irrisório, foi efetuado por uma quantia ínfima, que fere a lógica comercial em qualquer ramo de negócio.

Os 10 milhões de euros a serem pagos ao governo português por essa transação, 2 milhões de sinal, 6 milhões na assinatura  e 2 milhões mais tarde, representam muito menos de 01 % do patrimônio da empresa.

Salientamos como exemplo que é valor inferior ao que o treinador do Sporting vai ganhar num ano.

2° – Essa venda é um golpe duro nos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, na medida em que  todos sentem orgulho por Portugal ter um cartão de visita representado pela TAP — empresa possuidora  da mais alta tecnologia  e  reconhecida como uma das mais importantes e seguras transportadoras aéreas mundiais — prestando sempre  bons serviços aos utentes e  proporcionando voos sem escala.

3° – A decisão de governo em vender a TAP, uma empresa de capital misto, não se deve às alegadas dívidas de 300 milhões de euros mas sim à incapacidade dos atuais governantes em  gerir os negócios públicos e por evidente falta de criatividade e competência administrativa.

Isso, aliás, já tem sido demonstrado: quando se trata de reduzir gastos, vai-se pelo caminho mais fácil, que é reduzir salários e pensões e provocar desemprego.

É óbvio que outras soluções existem, só que exigem dos atuais governantes mais trabalho e escutar os especialistas.

4° – As políticas adotadas pelo governo do PSD/CDS/ PP

Demonstraram claramente que se acham donos do patrimônio do Estado português, se desfazendo a qualquer preço das empresas que chamam de deficitárias, sem qualquer consulta ao povo.

Nos permitimos afirmar que o Estado, é como se fosse uma grande empresa cujos acionistas são seus cidadãos.

Em qualquer empresa, medidas de vulto são tomadas em função da assembléia de acionistas.

Os atuais governantes, no entanto, de forma arbitrária, não consultam ninguém.

Já entregaram os estaleiros em Viana do Castelo, os Correios e mais outras empresas por valores muito abaixo do mercado: estão, ainda, colocando à venda as empresas de transportes públicos, como a Carris proprietária dos carros elétricos (bondes) e os autocarros (ônibus) em Lisboa, a CP comboios de Portugal (trens), Metro e outras.

Pelo que assistimos, nos parece que antes de se encerrar esse governo, irão vender também a torre de Belém, as pontes sobre o rio Tejo e tudo o que lhes der na telha.

5° – A título de subsídio ao atual governo, afirmamos que, se tivesse consultado os emigrantes, maiores usuários da TAP, poderia ser zerado o chamado déficit, cujo valor, segundo ele, não corresponde à realidade.

É possível, por exemplo, entre outras soluções, aumentar o capital da empresa, lançando no mercado ações, que seriam certamente um sucesso de vendas, apoiado no fato de que se cada um do 3.000.000 de portugueses emigrados contribuísse com a modesta quantia de 100 Euros, seriam cobertos os valores que afirmam serem necessários  para dar continuidade operacional.

6° – Além dessa questionável e polêmica decisão, não vemos por parte dos atuais governantes de Portugal qualquer inquietação com a  manutenção dos empregos de milhares de trabalhadores da TAP  que, fatalmente, serão lançados ao desemprego.

7° – Apelamos para o bom senso dos atuais governantes, para  que seja freado ou travado o negócio em andamento, uma vez  estar claro que o próximo governo não aceitará essa transação e irá pagar multas de rompimento de contrato.

O ônus sairá do bolso de todos os portugueses, prejudicados por essa insana aventura política que o governo está levando à frente, sem consultar a nós, portugueses, e, em particular, aos emigrantes, que sempre viram na  TAP  orgulho nacional e exemplo da capacidade do povo lusitano.

Viva o 25 de Abril!

Viva Portugal!

Viva o Brasil!

 

São Paulo, 13 de junho de 2015

Pelo Comitê de apoio ao CDU no Brasil

Ildefonso Garcia

 

Rua Oscar Pinheiro Coelho, 368 – Butantã

05516-050 – São Paulo – SP –  Brasil

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