CDS dos Açores pede “consequências políticas” dos resultados da SATA

Da Redação
Com Lusa

O líder do CDS/Açores defendeu, a propósito dos prejuízos da SATA nos últimos anos, que devem ser retiradas “consequências políticas” das contas da empresa, lembrando o executivo o papel da transportadora no avançar da economia açoriana.

“O grupo SATA teve, em 2016, um prejuízo de 14 milhões de euros, em 2017 teve um prejuízo de 41 milhões de euros e, em 2018, um prejuízo de 53 milhões de euros. É preciso olhar para os números e retirar as devidas consequências políticas”, declarou Artur Lima.

O parlamentar falava na Assembleia Legislativa dos Açores num debate de urgência, pedido pelo CDS-PP, a propósito das contas da SATA.

O líder dos centristas açorianos sublinhou que “sucessivas administrações de nomeação socialista” e o executivo regional “não conseguiram, comprovadamente, ao longo dos anos, definir políticas que permitam a reestruturação financeira, organizacional e operacional” da SATA.

“De facto, num setor de nuclear importância estratégica para a nossa economia e fundamental para a mobilidade dos açorianos, muitas são as evidências dos erros estratégicos e decisões inadequadas que têm marcado a gestão do grupo SATA ao longo dos últimos anos da governação socialista”, prosseguiu Artur Lima.

Na resposta, o secretário regional para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, realçou que a SATA é o “assunto mais debatido e escrutinado” quer no parlamento açoriano quer na própria sociedade civil, e “nunca o Governo Regional deixou de assumir as suas responsabilidades nem pôs em causa quaisquer pressupostos de transparência e prestação de contas sobre as que foram e são as suas opções” para a empresa, que tem na região – por via do executivo – o único acionista.

“Não podemos fazer este debate esquecendo o papel que a SATA tem tido ao serviço da economia dos Açores”, lembrou ainda o governante, recordando que, dantes, a discussão fazia-se em torno de “aviões e hotéis vazios”.

O secretário regional criticou, todavia, o que diz ser um “exercício de bipolaridade” de alguns, que reconhecem os prejuízos da empresa, mas “querem mais voos” e reforço de atividade.

“Não podemos cantar e assobiar ao mesmo tempo”, disse.

O conselho de administração da transportadora aérea, acrescentou Berto Messias, está a implementar um “conjunto de medidas” com o objetivo de “criar condições para que os resultados possam ser invertidos”.

Entre as medidas referidas pelo governante está uma reestruturação financeira, o retomar da privatização de 49% da Azores Airlines (o ramo da companhia que opera de e para fora do arquipélago), a verticalização da estrutura, o incremento de operações ‘charter’ ou a redução de serviços ACMI (aluguer de aviões a outras companhias aéreas).

O grupo SATA fechou 2018 com um prejuízo de 53,3 milhões de euros, um agravamento de 12,3 milhões face ao ano de 2017.

A pesar no resultado estiveram as perdas da Azores Airlines, que registou um prejuízo de 52,93 milhões de euros.

A juntar a este indicador há ainda o resultado líquido negativo de 2,58 milhões de euros da SATA Air Açores, que assegura os voos nas nove ilhas do arquipélago.

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