Da Redação
Com Lusa
O CDS/Madeira afirma que “este é o momento” do fim das maiorias absolutas na região, mas não está disposto a “vender por um prato de lentilhas” o seu programa para integrar um governo, disse o líder regional.
“Considero que o CDS está preparado para exercer funções maiores, se esse for o desejo da população, porque o povo é que decide”, afirmou Rui Barreto, o cabeça de lista dos centristas madeirenses, numa entrevista à agência Lusa sobre as eleições legislativas regionais, marcadas para 22 de setembro.
O candidato assegurou que o CDS está “focado num melhor resultado” do partido, já que “quem lidera a oposição tem de ter uma ambição máxima”.
O CDS é desde 2011 a principal força da oposição na Madeira, salientou o responsável, visto que elegeu, nas legislativas de 2015, um grupo parlamentar com sete deputados, resultantes dos 17.488 votos (13,71%) obtidos.
Também governa a Câmara Municipal de Santana (norte da ilha) e “reforçou a votação” em sete das 54 juntas de freguesia da região nas últimas eleições autárquicas, em 2017.
“Aquilo que eu quero é um CDS que mereça o máximo de força possível”, apontou o dirigente centrista insular, defendendo que o partido “é útil à Madeira e é uma alternativa quer ao PSD quer ao PS”.
Rui Barreto assegurou que “se o CDS integrar um governo não é para deixar tudo igual, é para negociar o programa do CDS”.
Mas, complementou: “o CDS também não quer ir para um governo a qualquer custo, nem a qualquer preço”.
“Se houver cedências do programa do CDS, o partido está disponível para encetar essas negociações”, declarou, adiantando não estar disponível para “passar passadeiras a ninguém”.
Rui Barreto garante que não vai “vender o programa do CDS por um prato de lentilhas”, indicando que “quem precisar do CDS vai ter que ceder ao programa do partido”.
Usando o mote da campanha do CDS, o cabeça de lista salientou que “este é o momento para afirmar as ideias do CDS” e para o partido “poder colocar em prática” os seus planos, algo que “nunca teve possibilidade” no contexto da Madeira, onde se instalou um “poder hegemônico há 40 anos” do PSD.
O responsável centrista realça que este também “é o momento para o fim das maiorias, porque as pessoas já perceberam que o poder partilhado serve mais o interesse geral da população do que um único partido a mandar”.
“É o momento de novos protagonistas, de não deixar que fique tudo igual, de olhar para saúde de outra forma, de preparar novas gerações para o futuro”.
Sobre as principais bandeiras do partido, enunciou a importância de uma melhor saúde, considerando que o Governo Regional do PSD “desiludiu absolutamente” nesta área.
A necessidade de ter “coragem” para lutar pelo aprofundamento da autonomia junto da República, tomar medidas na área da fiscalidade, apostar nas áreas da cultura, da educação, formação profissional, para tornar “a economia regional mais competitiva”, são algumas das prioridades do partido.
“Ter um bom ambiente econômico vai contribuir para aumentar o emprego e evitar a emigração”, defendeu.
“É preciso fazer muito na área do território. Estamos há 20 anos para rever o Plano de Ordenamento da Região Autónoma da Madeira (POTRAM)”, criticou, dizendo ser preciso “definir reservas agrícolas, florestais e ecológicas”.
“Este é um momento para tanta coisa e acho que é também o momento para o CDS merecer a confiança das pessoas”, concluiu Rui Barreto.