Da Redação
Com Lusa
O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, afirmou em Lisboa que “haverá seguramente” impactos da situação do Grupo Espírito Santo (GES) na economia portuguesa, mas disse esperar que a economia “tenha resiliência” para enfrentar esses impactos.
“Uma economia como a portuguesa ressente-se com a situação de um grupo tão grande como é o caso do Grupo Espírito Santo”, afirmou Marques Guedes, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros de 31 de julho.
“Haverá impactos na economia portuguesa? Haverá seguramente. Espero que a economia portuguesa tenha resiliência”, disse o governante.
O BES anunciou na quarta-feira um resultado líquido negativo de 3.577,3 milhões de euros entre janeiro e junho, um valor que compara com o prejuízo de 237,4 milhões de euros, apurado no primeiro semestre de 2013.
“Fatores de natureza excecional ocorridos durante o corrente exercício determinaram a contabilização de prejuízos, de imparidades e de contingências que se refletiram num prejuízo de 3.577,3 milhões de euros”, lê-se no comunicado enviado pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O novo presidente executivo do BES, Vítor Bento, anunciou logo após a divulgação dos resultados semestrais do banco que a instituição vai avançar imediatamente com um aumento de capital.
O Banco de Portugal disse que fatos recentemente descobertos no BES apontam para a “prática de atos de gestão gravemente prejudiciais” e admite consequências contraordenacionais e até criminais para a ex-equipe de gestão liderada por Ricardo Salgado.
No entanto, o banco central assegurou que o BES tem condições para manter a sua atividade e garante a “plena proteção dos interesses dos depositantes”.