Caso BES: Auditoria se recusa a dar parecer sobre contas semestrais do banco

Mundo Lusíada
Com Lusa

Agencia do banco em Lisboa. Foto: MARIO CRUZ/LUSA
Agencia do banco em Lisboa. Foto: MARIO CRUZ/LUSA

A KPMG recusou-se a dar parecer às contas do BES devido à resolução do banco, à impossibilidade de quantificar impactos dos problemas do BES Angola e à ausência de confirmação pelo Conselho de Administração de informações sobre as demonstrações financeiras.

Num documento enviado à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM) em 01 de setembro, que acompanha o “Relatório e Contas Intercalar Consolidado e Individual” do primeiro semestre do Banco Espírito Santo (BES), a auditora apresenta uma “escusa de parecer”.

“Não estamos em condições de expressar, e não expressamos, um parecer sobre as demonstrações financeiras consolidadas intercalares referentes a 30 de junho de 2014”, afirma a KPMG no documento, referindo-se concretamente à medida de resolução aplicada ao banco e à impossibilidade de quantificar “os efeitos das medidas extraordinárias de saneamento” do BES Angola.

O BES anunciou em 28 de agosto em comunicado enviado à CMVM ter contratado a consultora financeira Fig Partners para ajudar a vender ou reorganizar a filial do banco em Miami, nos Estados Unidos.

O BES informa, no comunicado, que “foi contratada a empresa Fig Partners como consultora financeira no âmbito da avaliação e estruturação de potencial transação para alienação, fusão ou reorganização do Espirito Santo Bank, Miami, Florida”.

O Banco de Portugal decidiu este mês colocar os depósitos e créditos do Espírito Santo Bank (Miami, Estados Unidos) – tal como os do Aman Bank (Líbia) – sob gestão do Novo Banco, mas as dívidas ficaram no ‘bad bank’, ou seja, no BES.

Esclarecimento
O secretário-geral do PS, António José Seguro, reafirmou que espera que no chamado caso BES “nada fique por esclarecer” e “nenhuma verdade fique por apurar”.

“Os portugueses têm direito a saber toda a verdade, porque este caso BES não é o caso apenas de um banco ou do sistema bancário, ou do sistema financeiro, é um caso da democracia portuguesa e se houver ocultação de alguma verdade, se não se apurar toda a verdade e todas as responsabilidades é o próprio regime democrático que fica em causa”, afirmou.

O secretário-geral socialista referiu no seu discurso que no caso BES todas as instituições devem assumir “as suas responsabilidades” para que a verdade seja esclarecida e “venha ao de cima como o azeite”.

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