Casamentos interculturais no Porto ultrapassam o milhar em 2023

Católico e muçulmana casaram na Igreja Matriz de Fátima, no concelho de Ourém, distrito de Santarém e, para os noivos, o ato comprova a abertura da Igreja Católica, dando um “sinal de tolerância” e de “compatibilidade entre as duas religiões”, Agosto 2023. PAULO CUNHA/LUSA

Da Redação com Lusa

O número de casamentos interculturais no distrito do Porto voltou a ultrapassar o milhar de registros este ano e no ‘top’ dos países unidos a Portugal pelo matrimônio estão a Alemanha, Angola, Brasil, Reino Unido, Cabo Verde, Espanha e França.

Dados do Ministério da Justiça indicam que, até 29 de novembro deste ano, o distrito do Porto registava 1.051 casamentos interculturais, mas o número pode ainda aumentar até ao final do ano.

Em 2022 foram registados 1.263 matrimônios entre portugueses e estrangeiros e em 2021 foram registrados 1.021.

Dados do Ministério da Justiça sobre as nacionalidades que mais contraem matrimônio com cidadãos portugueses são a alemã, angolana, brasileira, britânica, cabo-verdiana, espanhola e francesa.

Na lista de nacionalidades mais representativos aparecem depois Guiné-Bissau, Irlanda, Itália, Polónia, São Tomé e Príncipe e Venezuela.

Há uma década, no ano de 2013, celebraram-se no distrito do Porto “604 matrimônios interculturais”, ou seja, menos 40% comparando com os atuais 1.051 matrimônios registados até 29 de novembro.

Na última década foram celebrados no distrito do Porto 7.280 matrimônios entre portugueses e estrangeiros, num universo total de 59.770.

A prova deste fenômeno do aumento de casamentos interculturais verifica-se diariamente no Palácio dos Pestanas, antigo Governo Civil do Porto, que acolhe atualmente a Conservatória de Registo Civil no Porto.

Ali chegam cidadãos nacionais para registar matrimônio com cidadãs e/ou cidadãos de todas as partes do mundo, como contou à Lusa, via telefone, uma das funcionárias.

O facto de a cidade do Porto ter sido eleita por várias vezes o melhor destino europeu e a lei em vigor permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo são algumas das justificações para o fenômeno casamenteiro andar a pairar no Porto.

Em fevereiro de 2010, a Assembleia da República aprovou, com 126 votos a favor, 97 contra e sete abstenções, o acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em Portugal.

 

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