Casamentos aumentaram 27,2% no ano passado em Portugal

Da Redação com Lusa

Perto de 37 mil casamentos foram realizados no ano passado em Portugal, mais 27,2% do que no ano anterior, sendo a idade média ao primeiro casamento de 35,1 anos para os homens e 33,7 anos para as mulheres.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) adiantam que a idade média ao casamento foi 39,9 anos para os homens e 37,4 anos para as mulheres, um número que tem vindo aumentar.

Segundo os dados hoje publicados nas Estatísticas Vitais do INE, registrou-se, entre 2013 e 2022, um aumento de cerca de cinco anos na idade média ao casamento e de cerca de quatro anos na idade média ao primeiro casamento, para ambos os sexos.

Dos 36.952 casamentos celebrados em Portugal em 2022 (mais 7.895 ou 27,2% do que no ano anterior), 36.151 realizaram-se entre pessoas de sexo oposto (28.508 em 2021) e 801 entre pessoas do mesmo sexo (549 em 2021), dos quais 413 casamentos entre homens e 388 casamentos entre mulheres (287 e 262, respectivamente, em 2021).

Do total de casamentos entre pessoas de sexo oposto, 9.662 (26,7%) foram celebrados pelo rito católico, 27.175 (73%) na forma civil e 115 (0,3%) segundo outras formas religiosas.

Em mais de dois terços dos casamentos realizados em 2022, os nubentes já partilhavam casa (25.328 casamentos), uma proporção que, segundo o INE, tem vindo “a crescer significativamente” nos últimos anos, registando-se um aumento de 18,4 pontos percentuais (p.p.) desde que, em 2013, pela primeira vez se ultrapassou os 50% (50,1% em 2013 contra 68,5% em 2022).

No ano passado, o número de casamentos celebrados registrou variações homólogas positivas em todos os meses, com maior intensidade nos primeiros quatro meses do ano.

“Nos meses de fevereiro e março, o número de casamentos realizados correspondeu a, respetivamente, oito e quatro vezes o número de casamentos realizados nos meses homólogos de 2021, dadas as medidas de confinamento impostas pela pandemia nos primeiros mesmos meses de 2021. Setembro foi o mês em que se realizaram mais casamentos (5.165)”, realça o INE.

Os dados destacam também que no ano passado ocorreram 49.230 dissoluções de casamento por morte do cônjuge, o que representa um decréscimo de 1,4% em relação a 2021 (49.908 dissoluções), das quais resultaram 14.385 viúvos e 34.845 viúvas, o que reflete a maior esperança de vida das mulheres.

Mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil aumentou em 2022, de 2,4 para 2,6 óbitos por mil recém nascidos, num ano em que o número de nascimentos aumentou 5,1%.

Segundo os dados, morreram 217 crianças com menos de um ano no ano passado, mais 26 do que em 2021.

Estes números refletem-se num aumento da taxa de mortalidade infantil, de 2,4 óbitos por mil nados-vivos em 2021 para 2,6 em 2022.

Os dados do INE indicam também que o número de nascimentos subiu para 83.671 em 2022, mais 5,1% do que no ano anterior, enquanto o número de óbitos baixou para os 124.311 (menos 0,4%).

“O aumento do número de nados-vivos e o decréscimo do número de óbitos determinaram o desagravamento do saldo natural [diferença entre o número de nados-vivos e o número de mortes, num dado período de tempo], de menos 45.220 em 2021 para menos 40.640 em 2022”, mas mantém-se negativo em todas as regiões.

Do total de nascimentos, 42.925 eram meninos e 40.746 meninas, representando uma relação de masculinidade de 105 (por cada 100 crianças do sexo feminino nasceram cerca de 105 do sexo masculino).

Com exceção do Algarve (-1,3%), todas as outras regiões registaram um aumento da natalidade – Norte (+6,2%), Centro (+5,5%) e Área Metropolitana de Lisboa (+6,0%) -, refere o INE, assinalando que na Madeira foi registrada a menor subida (+0,8%).

O INE destaca também que, em 2022, os bebês nascidos fora do casamento (filhos de pais não casados entre si), aumentou para 60,2%, representando pelo oitavo ano consecutivo mais de metade do total de nascimentos em Portugal.

Quase 65% dos nascimentos corresponderam a mães com idades dos 20 aos 34 anos, 33,2% a mães com 35 e mais anos e 1,9% a mães menores de 20 anos.

Os dados sublinham que, entre 2013 e 2022, registaram-se decréscimos nas proporções de nados-vivos de mães com menos 20 anos e com idades dos 20 aos 34 anos, respetivamente de 1,6 e de 5,3 pontos percentuais (p.p.).

Em contrapartida, verificou-se um aumento de 6,9 p.p. na proporção de nados-vivos de mães com 35 e mais anos.

A idade média da mãe ao nascimento de um filho foi 32,2 anos e a idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho foi 30,8 anos. Entre 2013 e 2022, registou-se um aumento de 1,2 anos na idade média ao nascimento de um filho e de 1,4 anos na idade média ao nascimento do primeiro filho.

Relativamente aos óbitos, o INE salienta que, dos 124.311 óbitos, 62.615 eram homens e que em janeiro e fevereiro de 2022 houve um decréscimo da mortalidade em relação aos meses homólogos de 2021 (-40,4% e -16,6% óbitos, respetivamente), sendo que o mês de dezembro foi o que registou maior mortalidade (12.269 óbitos).

A mortalidade diminuiu no Centro (-1,8%), na Área Metropolitana de Lisboa (-5,4%), no Alentejo (-3,6%) e no Algarve (-0,4%).

Na região Norte e nas regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, registraram-se acréscimos na mortalidade, sendo que o maior aumento se verificou nesta última (+14,6%).

De acordo com os dados, 86,6% dos óbitos corresponderam a pessoas com 65 e mais anos e mais de metade (60,7%) a pessoas com mais de 80 anos.

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