Casa dos Açores festeja 31 anos com projetos futuros

Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada

Os homenageados desta tarde, ao lado do vereador Toninho Paiva.

Com a presença de um grupo dos Estados Unidos, a Casa dos Açores de São Paulo promoveu seus 31 anos de fundação, no último 21 de agosto, em almoço que reuniu bom público em sua sede. O grupo Raízes da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, Massachusetts, fizeram apresentações no Rio de Janeiro e São Paulo, e como a casa não teve oportunidade de comemorar o aniversário, a vinda deles fez parte da comemoração, de acordo com o presidente Marcelo Guerra, que encerra seu primeiro mandato à frente da casa em outubro.
Apesar do intercâmbio existir entre as casas luso-brasileiras, o presidente comenta que o intercâmbio internacional como aconteceu na casa é mais difícil. “O governo dos Açores trabalha fortemente nesta integração, inclusive quer as casas como órgãos representativos dos Açores” conta.
Através da recente visita da Dra. Maria da Graça, o governo dos Açores divulgou que quer a Casa dos Açores com um maior papel político, já que é uma casa “estratégica”, localizada na principal capital da América Latina. “Ela vê um papel importante num cenário político de auxílio aos açorianos e à comunidade. Nós já fazemos isso, mas ela quer um perfil de atuação maior no apoio aos açorianos” diz o presidente, sobre a visão da diretora, contando com a entidade como se fosse um consulado açoriano em São Paulo. “O futuro presidente, seja quem for, tem que manter o que a casa já faz hoje, e ainda propiciar este novo aspecto que a casa deverá ter no futuro” diz o presidente.
Guerra, que pretende seguir na reeleição, explica que o início da atual gestão foi em outubro de 2009, por isso o Conselho da casa aprovou que o mandato fosse finalizado com dois anos completos de gestão. “Eu acredito que eles ainda vão me agüentar um pouco mais, e acredito que eu deva permanecer mais na casa, se for de interesse da comunidade. Enquanto a casa necessitar do meu apoio, estou à disposição, independente em que cargo seja” diz o atual presidente, que não tem descendência açoriana, e sim do continente português, e já trabalhou desde as barraquinhas da festa do Divino até a diretoria, seguida do Conselho, chegando na presidência da entidade.

O Grupo Açoriano Raízes dos Estados Unidos.

Futuro

Em outubro, a casa promove a Semana Cultural, este ano ao tema “Açores, Povo, Povoamento, Povoadores”, evento que conta com a colaboração da comunidade e de escolas regionais, e tem objetivo de resgatar um pouco da cultura, da história e tradições.

“Nós que somos emigrados viemos para cá jovens, não tínhamos conhecimento da história dos Açores, conhecíamos fundamentalmente a história de Portugal. A semana cultural nos permite resgatar essa história bonita dos Açores e sua importância” diz o vice-presidente da entidade Antonio Arruda.
A cada ano, é definido um tema e feito a programação envolvendo as escolas da região e os açor-descendentes. Os primeiros habitantes das ilhas, alentejanos, cristãos novos, árabes e flamengos, estão no centro do estudo em 2011.
E para a Casa dos Açores, a participação de todos é fundamental. “Tudo é feito com a comunidade, para a comunidade, pela comunidade; mas não especificamente a nossa comunidade açoriana descendente, é muito mais que isso, é a comunidade na qual nos inserimos. Temos duas escolas que já é tradição os alunos participarem todo ano conosco. E nossos jovens e emigrados antigos também têm espaço”.
Um outro projeto futuro da entidade é reformas no local, que devem ser iniciadas até o mês de setembro. De acordo com o presidente Guerra, será montado um espaço gourmet no terreno dos fundos da Casa dos Açores, além de reformas para ventilação, tudo realizado por etapas devido ao alto custo. “A idéia é proporcionar à comunidade, amigos e sócios mais um espaço para confraternização, e futuramente também locar o espaço”.

Marcelo Guerra também falou da preocupação com a sucessão tanto na administração quanto na parte cultural da entidade. “Temos o projeto musical que é para incentivar crianças a participar do grupo e da nossa tocata, o governo nos dá um apoio financeiro para que oferecermos isso à comunidade. Esse trabalhando vem sendo executado satisfatoriamente”.

Ano Brasil-Portugal
O presidente da Casa dos Açores esteve recentemente em reunião no Consulado de Portugal em São Paulo, para tratar da programação do Ano do Brasil em Portugal e Ano de Portugal no Brasil, em 2012.
Na programação, que ainda está sendo finalizada, vai acontecer uma apresentação da cultura açoriana no Shopping Anália Franco, na capital. No final do mês de fevereiro de 2012, acontece uma exposição sobre os Açores, evento que pode se expandir, já que a casa busca apoio da Secretaria de Turismo do governo açoriano, que “vê neste evento uma oportunidade de divulgar o turismo açoriano e a beleza do arquipélago” diz Marcelo Guerra. Paralelo a essa mostra, deve ocorrer um workshop entre empresários brasileiros e portugueses, no dia 28 de fevereiro.
A programação de demais casas portuguesas também deve integrar a comemoração do ano especial, contando com os eventos anuais das dezenas de casas luso-brasileiras.
A programação completa nem o próprio Consulado tem ainda definida, mas um dos pontos altos  em 2012 será a realização de eventos na Rua Portugal em São Paulo, e na Avenida Brasil em Portugal, com a transmissão ao vivo dos acontecimentos nos dois países irmãos.

Exemplo na diáspora
Tida como uma das casas exemplo na diáspora açoriana, o vice-presidente Arruda fala do trabalho árduo. “Graças ao Divino Espírito Santo, que é a nossa maior devoção, vamos levando e o resultado tem sido auspicioso com a diretoria e a comunidade. Sabemos o trabalho que isso tudo dá, mas também o contentamento do resultado”.
Para Guerra, o presidente é apenas um facilitador, mas quem executa é a diretoria, o departamento social, e o Conselho que vem trabalhando em conjunto com a diretoria da casa. “Essa interação em prol da casa é muito importante, e é por isso que a casa está crescendo. Se não fosse a união da comunidade, da diretoria com o conselho, certamente a casa não teria como crescer”.

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