Da Redação
Com Lusa
A Casa do Cinema Manoel de Oliveira é inaugurada em Serralves a 24 de junho, dia de São João e das festas da cidade do Porto, anunciou a fundação.
A Fundação de Serralves anunciou em janeiro que aquele equipamento, com projeto do arquiteto Álvaro Siza Vieira, abriria portas no primeiro semestre do ano, com António Preto como diretor, e duas exposições dedicadas ao cineasta português de “Aniki Bóbó” e “O Gebo e a Sombra”, que morreu a 2 de abril de 2015, aos 106 anos.
De acordo com a programação distribuída pela instituição, no início de 2019, uma das mostras será permanente e será completada com uma programação constante sobre a obra do cineasta. A Lusa tentou obter mais informações sobre o espaço junto do seu diretor e de Serralves, mas ambos remeteram esclarecimentos adicionais para mais tarde.
Em 2017, a presidente do Conselho de Administração de Serralves descreveu que o espaço seria dotado de um anfiteatro e de um local para exposições, a construir no extremo nordeste do Parque, aproveitando a antiga garagem do conde de Vizela. O Ministério do Planeamento e Infraestruturas anunciou em 2016 a aprovação da candidatura a fundos comunitários da Fundação de Serralves para o projeto, que representa um investimento de 3,7 milhões de euros.
Em novembro de 2013, a Fundação de Serralves, a então secretaria de Estado da Cultura e o realizador Manoel de Oliveira assinaram um protocolo para a construção da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.
A instalação de um museu dedicado a Manoel de Oliveira chegou a estar prevista para um espaço que incluiria uma habitação para o realizador e que foi construída por iniciativa da Câmara do Porto no fim da década de 90 do século XX.
O lançamento da obra pela autarquia foi feito sem que tivesse sido formalizado um acordo com o cineasta para o uso da casa, o que acabaria por condicionar o futuro do imóvel que ficou concluído em 2003, mas nunca teve o uso para que foi pensado.
Em 2016 esse espaço foi vendido em hasta pública por 1,58 milhões de euros para ser a nova sede da Fundação Sindika Dokolo para a Europa, e um “espaço de reflexão e aprendizagem para jovens artistas”, segundo referiu na ocasião, em comunicado, o presidente desta instituição, Sindika Dokolo, casado com Isabel dos Santos, filha do então presidente angolano.
Aquele edifício idealizado há duas décadas para acolher o espólio do cineasta foi vendido à Supreme Treasure, empresa gerida por Mário Leite da Silva, representante da empresária angolana Isabel dos Santos, segundo informação consultada pela Lusa.