Casa de Viseu exalta 30 anos da sede campestre e projeta investimentos no local

Por Ígor Lopes

A diretoria da Casa de Viseu do Rio de Janeiro comemorou 30 anos da sua sede campestre. Situada em Guapimirim, a mais de 60 quilômetros da sede social, o local é a “menina dos olhos de ouro” dos visienses que vivem no Rio. Por lá, é possível encontrar muralhas medievais, um riacho, que faz recordar paisagens de montanha, e um espaço verde inigualável. Embora os responsáveis pela instituição falem em “dificuldades para manter o local”, a sede campestre está viva e recomenda-se. A festa, que reuniu dezenas de amantes da Casa, aconteceu no dia 23 de fevereiro, sob forte sol e emoção.

A sede campestre é um dos orgulhos da Casa de Viseu, tendo sido comprada em 1983 com a ajuda da comunidade. Na entrada, uma muralha imponente faz lembrar os castelos portugueses. No recinto, tudo é paraíso. Os visitantes encontram muitas áreas verdes, com dezenas de espécies de vegetação e um espaço amplo, que permite a pratica de várias atividades. Nos dias de calor, o parque aquático, composto por duas piscinas, serve de motivação para deixar o calor de lado e se divertir com família e amigos. A capela de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal, denuncia o forte cariz religioso desse povo lusitano. Um ginásio esportivo e uma estrutura de apoio, com bar e restaurante, completam os mais de 156 mil metros quadrados que compõem o local.

Investimento em conforto para o público

Logo pela manhã, os hinos de Portugal e Brasil serviram de trilha sonora para o hasteamento das bandeiras. Em seguida, houve espaço para uma cerimônia religiosa. Nessa ocasião, o presidente da casa, Flávio Martins, se emocionou ao citar o nome de cada um dos ex-presidentes.

Após a devoção, foi inaugurado o restaurante “Beirão da Serra”, que pode receber até 100 pessoas. Como parte da tradição portuguesa no Rio, não poderia faltar o autêntico bailarico, além da apresentação dos ranchos folclóricos da Casa de Viseu. Vários nomes ligados à história dos visienses foram homenageados.

Manuel Guimarães era presidente da Casa de Viseu na época em que a sede campestre foi comprada. Nas suas memórias, Guimarães, que hoje está com 80 anos, guarda o gostinho da “conquista”, depois de ter conseguido superar as investidas de outro comprador.

“Quando terminamos as obras da sede social, pensamos numa nova atividade. Viemos aqui procurar um local para comprar um terreno ou uma fazenda. Essa localidade nos foi indicada. Quando a vimos, ficamos maravilhados. Aguardamos a oportunidade de comprá-la, pois tinha uma turma da Petrobras que também estava de olho neste mesmo local. Dias depois, falamos novamente com o dono e fizemos uma nova proposta, que foi aceita e, graças a Deus, temos a sede campestre”, recorda Guimarães, que afirma que as muralhas que o antigo dono construiu, para abrigar um possível casino, fazem lembrar Portugal.

Segundo Flávio Martins, atual presidente da Casa de Viseu, o importante agora é manter a sede campestre, e, sobretudo, dar qualidade ao atendimento aos visitantes. Para ele, estar à frente da instituição neste momento traz um sentimento de orgulho e responsabilidade.

“Temos possibilidade de continuar e melhorar um pouco, além de dar seguimento a esta obra que já vem de outras gestões. Sabemos que devemos fazer investimentos na melhoria do local e implementar coisas novas nesse patrimônio. Mas isso é algo que requer um planejamento sério e bem feito, até por conta das despesas que acarreta”, sublinha Flávio, que comenta que, aos 17 anos de idade, já tinha funções na então recém adquirida sede em Guapimirim. Em sua opinião, um dos objetivos atuais é investir na iluminação.

“O importante não é só manter o local, mas manter com qualidade. Temos que melhorar o conforto das pessoas para viram para cá e gerar receita”, finaliza o responsável pela instituição.