Por Odair Sene
Os fadistas Mísia e Pedro Moutinho estiveram no palco da Casa de Portugal de São Paulo pela primeira vez na noite de 24 de abril, quando a entidade presidida por Antonio dos Ramos comemorou 80 anos de fundação e 41 anos da Revolução dos Cravos (25 de abril).
Segundo a direção, a casa vai realizar vários eventos durante o ano para comemorar essas oito décadas, sendo este o primeiro da série, com uma boa estrutura de palco para cerca de 350 convidados, e com apresentação do novo vice-presidente Paulo Machado.
A cantora Mísia, premiada em 2011 pelo Governo da França e premiada duas vezes em Portugal é uma das artistas mais internacionalizadas do país, tida como responsável por inovações no mundo do fado, com textos de poetas contemporâneos e por criar sua própria sonoridade ao inserir instrumentos como o violino, o acordeão e o piano.
Já o cantor Pedro Moutinho teve a melhor avaliação da crítica em seus três álbuns, recebeu o Prêmio Amália e sua carreira vem sendo trilhada por conquistas pessoais até porque canta o fado desde seus onze anos.
“A Mísia veio ao Brasil em 1998 quando cantou com a Maria Bethânia num teatro em Porto Alegre, e o Pedro Moutinho nunca tinha vindo ao Brasil, sua primeira vez é na Casa de Portugal de SP”, disse ao Mundo Lusíada o presidente Ramos, que revelou estar buscando renovação na entidade. “Estamos com uma diretoria renovada, com 12 diretores novos, temos agora 12 portugueses e 15 descendentes, uma diretoria nova e com gente muito boa, escolhida a dedo e isso é muito bom”, referiu ele que deve trabalhar com a nova formação até o ano de 2017.
Antonio dos Ramos lembrou que o ano de 2014 não foi muito bom mas este ano, com as inovações no corpo diretivo disse estar bastante satisfeito. “A casa está com muita saúde, o pessoal com muita garra, apenas um desses novos diretores trouxe 40 pessoas neste evento, então quando vem sangue novo é isso, alarga os horizontes e isso é muito bom”, disse.
O presidente do Conselho da Comunidade, Antonio de Almeida e Silva, falou ao Mundo Lusíada para elogiar a casa aniversariante e também a qualidade do show: “A palavra para definir a Casa de Portugal de SP é ‘orgulho’, porque esta casa é um ícone na cidade, uma referência e nós temos muito orgulho disso. Todas as associações são importantes, mas a Casa de Portugal, com o nome que já identifica nosso país, assume um significado maior, então esses oitenta anos representam um percurso de muito sucesso, de uma presença muito forte junto à sociedade civil brasileira e nós só temos que nos orgulhar dessa instituição”.
Almeida e Silva ainda elogiou a qualidade do show oferecido aos convidados, dizendo se tratar de dois grandes artistas que representam essa nova geração de fadistas e ambos cantam no Bairro Alto em Lisboa: “A Casa de Portugal tem trazido esses novos valores do fado, que aliás, longe de ter acabado após a morte da Amália, ao contrário, ficou revigorado e esses dois artistas de hoje são exemplos deste fato”, disse o presidente do Conselho da Comunidade.
