Odair Sene | Mundo Lusíada
Um recital de música e canto com consagrados artistas portugueses. Esta foi a programação da noite em comemoração dos 70 anos de fundação da Casa de Portugal de São Paulo, na sexta-feira, 21 de outubro. Antonio Chainho, Rão Kyao, a cantora Isabel Noronha e mais dois músicos foram os responsáveis pelo espetáculo da noite, em homenagem à casa que carrega o maior simbolismo português na capital paulista. O evento contou com coquetel de abertura, show e coquetel de encerramento. O presidente Antonio dos Ramos, sem muitas formalidades, discursou rapidamente antes das apresentações, mais para cumprimentar os convidados.
Ao Mundo Lusíada, Ramos afirmou que na Casa de Portugal, os discursos da noite são dos artistas. “Se um dia disserem que Antonio dos Ramos não fez cerimônia de discurso, se acharem que isso é uma falha, realmente é a minha falha, mas eu não considero assim. Nossos eventos são de poucos palavreados, muita cultura e música.
Eu costumo dizer que o discurso da noite fica por conta do Carlos do Carmo, ou do Madredeus, ou da Dulce Pontes, todos estes que já passaram por aqui. E hoje o discurso da noite ficou por conta do Rão Kyao, Chainho, Isabel Noronha. Esse é nosso jeito de trabalho aqui”. Antonio Chainho abriu as apresentações, seguido de Rão Kyao, Isabel e depois se revezaram no palco. O evento contou com patrocínio de: Banco Banif Primus, Galp Energia, EDP Bandeirantes, e Tap Air Portugal.
“Isso é cultura, isso é nível”, diz presidente
A Casa de Portugal não compete com folclore e almoços
O presidente Antonio dos Ramos, joão Aguiar (EDP; diretor executivo de MKT da Energias do Brasil) com esposa Fatima, e Selene Ramos.
Para o presidente da Casa de Portugal de São Paulo, a entidade deve trazer à comunidade portuguesa uma programação mais elevada culturalmente, já que o folclore e “almoços de domingo” já são preenchidos por grande quantidade de entidades regionais e populares luso-brasileiras.
“Penso que comida temos em casa. Tem muita entidade popular/regional que faz, e muito bem a promoção do folclore, grandes almoços, isso é muito bom. A Casa de Portugal de SP tem que atuar em outra área, mais elevada, menos na cultura popular e mais na cultura erudita”.
Segundo disse, esta é também a razão pela qual a Casa de Portugal de SP não realiza determinados eventos e mais com auditório, espetáculo, e bom coquetel. “Durante o espetáculo não se ouviu nem uma mosca, um silêncio absoluto. Isso é cultura, isso é nível. Porque eu jamais jogaria um cantor as feras, e o pessoal a falar e falar. Eu suspenderia o show e diria: ‘Sinto muito, mas o cantor vai para o hotel’”. Para o dirigente, “há hora para tudo”, para se falar alto e para se respeitar o artista.
Ramos finalizou afirmando ao Mundo Lusíada que programações como esta dignificam a cultura e a comunidade luso-paulista. “Quando vejo que acontecem coisas destas, vejo que estamos a elevar muito a nossa comunidade, e o nome de Portugal. O que compreende aqui é fazer coisas bonitas e mais da nossa comunidade, o que é muito positivo”.