Da Redação
Com Lusa
A Cáritas Portuguesa anunciou que juntou 1,26 milhões de euros numa conta solidária que criou para as vítimas dos incêndios no centro do país.
O dinheiro servirá para atender às necessidades mais urgentes das pessoas afetadas, reconstruir habitações e dar outro tipo de apoios para as famílias voltarem a ter condições de subsistência.
Desde os incêndios, há um mês, a Cáritas, através da sua filial de Coimbra, tem visitado as pessoas afetadas, registrando as perdas ocorridas e entregando bens para resolver carências imediatas.
“Mais de 200 famílias” foram ajudadas desta forma, com cem voluntários da Cáritas a trabalharem com donativos e envolvimento de paróquias e 200 empresas e instituições.
O total de 1.262.104 euros será repartido por pessoas dos concelhos de Pedrógão Grande, onde morreram 64 pessoas e também Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Sertã, Pampilhosa da Serra e Penela. Um fundo de apoio coordena todas as doações às vítimas dos incêndios.
Reconstrução
Segundo o ministro do Planejamento e Infraestruturas, Pedro Marques, 11 habitações afetadas pelos incêndios já estão em processo de reconstrução. “Já temos 11 casas em reconstrução”, sendo que em seis destas as obras arrancaram no início desta semana, informou Pedro Marques, após a reunião entre o Governo e sete municípios do Pinhal Interior, na região Centro, que foram afetados pelos incêndios.
Segundo o ministro, os processos de reconstrução foram desburocratizados. Até cinco mil euros, as obras podem arrancar de imediato e, até 25 mil euros, também “podem avançar desde que apresentem três orçamentos”, explanou Pedro Marques, realçando que foram identificados projetos-tipo “para as casas que têm de ser reconstruídas totalmente”, o que poderá levar a um processo de reabilitação mais célere.
“Estamos a fazer o que todos temos de fazer e o que devemos fazer”, vincou o membro do executivo. Quando questionado pelos jornalistas sobre as críticas da oposição de uma resposta lenta às populações afetadas, Pedro Marques frisou que, acima de tudo, preocupa-se com “o que dizem as pessoas e as famílias”, compreendendo que estas “queiram ver tudo a andar o mais rápido possível”.
No entanto, registrou, “para que cada euro aplicado seja aplicado onde ele deve ser aplicado”, não se podem fazer “as coisas ao mesmo ritmo a que o fogo, infelizmente, queimou aquelas casas ou aquelas aldeias”, realçando que o Governo quer “aplicar de forma rigorosa o dinheiro público e o dinheiro da solidariedade dos portugueses”.
Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 250 feridos. Foram extintos uma semana depois. Estes fogos terão afetado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas. Quase 50 empresas foram também afetadas, assim como os empregos de 372 pessoas.
No parlamento, os deputados discutem as medidas da reforma florestal para prevenção de situações como essa no futuro.