Mundo Lusíada
Com Lusa
A Cáritas de Coimbra vai reconstruir 40 habitações afetadas pelos incêndios que começaram em junho em Pedrógão Grande e em Góis. Das 40 reabilitações, 21 são de reconstrução total da casa e 19 de reconstrução parcial, sendo que 20 intervenções vão ser realizadas na Castanheira de Pera, 15 em Pedrógão Grande, três na Sertã, uma em Figueiró dos Vinhos e uma em Góis, referiu a Cáritas de Coimbra, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
No final da sexta semana de apoio prestado no terreno, esta instituição registrou mais de 53 mil produtos angariados e 1,7 milhões de euros contabilizados em donativos em numerário, tendo já sido entregues às famílias 8.640 bens.
Dos produtos doados, registram-se muitos bens alimentares, assim como medicamentos, produtos de enfermagem, produtos de higiene e limpeza, ração, roupa de cama, vestuário, algum mobiliário e eletrodomésticos e utensílios.
“São quase mil, as empresas, instituições, associações e particulares que confiaram à Cáritas de Coimbra o seu donativo para apoiar as famílias e pessoas afetadas pelos incêndios”, sublinhou a instituição, que já visitou “praticamente a totalidade dos casos que lhe foram confiados” para a intervenção em primeiras habitações.
Na nota de imprensa, a instituição frisa ainda que “continua no terreno com os seus técnicos” para receber donativos ou para entregar apoios sinalizados. “Mantém ainda os contactos com entidades e particulares, a partir desta fase, com o objetivo de reunir parceiros e agilizar processos para a reconstrução e recheio das habitações”, acrescentou a Cáritas de Coimbra.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois. Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.
No incêndio de Mação
Mais recente, doações começam a chegar também após incêndio que deflagrou em Mação, em julho. Dois caminhões de rolos e fardos de palha, oferecidas por produtores de leite, partiram de Odemira, distrito de Beja, com destino a Mação, Santarém, para ajudar na alimentação dos animais afetados pelos incêndios.
Em comunicado, a Associação de Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) adiantou que além destes dois, vai de Arcos, Vila do Conde, um terceiro caminhão para Mação, com dois terços de rolos e fardos de feno oferecidos por produtores da Póvoa de Varzim e Barcelos e um terço do caminhão com rolos oferecidos pela Associação Galgueira e Lebreira do Norte.
“Em Mação e nos concelhos vizinhos mais afetados pelo fogo, nomeadamente Proença-a-Nova, a ajuda será distribuída pela Acripinhal, Associação de Criadores de Ruminantes do Pinhal, em colaboração com as autarquias locais. Temos desde já disponível a oferta de mais três camiões completos a partir do Montijo, Vila do Conde e Ovar, assim que seja necessário. Registamos também a ajuda dos transportadores após o apelo da Antram [Associação Nacional de Transportes Públicos Rodóviarios de Mercadorias] e das autarquias”, é referido.
A APROLEP anunciou também que desde meados de junho foram oferecidas 210 toneladas de feno (transportadas em 11 camiões), oferecidas por produtores de leite, agricultores e associações para alimentar os animais das regiões afetadas por incêndios. Os três primeiros camiões de rolos de fenosilagem, com 20 toneladas cada, tiveram como destino Pedrógão Grande (Vila Facaia), Góis e Pampilhosa da Serra, nos distritos de Leiria e Coimbra.
A APROLEP avançou também na nota que a associação tem estado a receber muitas ofertas e, por isso foram enviados mais dois caminhões para a Guarda. “O último camião da empresa ‘Transportes Guardense’ foi carregado esta segunda-feira na Torreira (Murtosa) e em Vagos. No destino a ajuda alimentar para os animais deste quinto caminhão será distribuído pela Acriguarda — Associação de Criadores de Ruminantes do Concelho da Guarda”, é referido.