Câmara Portuguesa do Rio: “Manifestações não vão atrapalhar comércio entre Brasil e Portugal”

Por Igor Lopes

CamaraRio_RicardoCoelhoApesar das manifestações populares que ocorrem um pouco por todo o Brasil, tendo como foco a corrupção e os problemas econômicos no País, a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro não vê motivos para acreditar que as relações comerciais bilaterais, entre Brasil e Portugal, serão afetadas.
Segundo Ricardo Coelho, presidente da Câmara Portuguesa do Rio, o mercado brasileiro continua sendo um bom atrativo de investimento em nível mundial.
“O Brasil atravessa hoje um momento diferente, mas existem ainda muitas oportunidades por aqui, além de um grande mercado consumidor e uma indústria forte. Por essa razão, temos um movimento de investimento tanto de Portugal no Brasil quanto vice-versa. Há muitos fatores que determinam uma decisão de se investir em um país, como variação cambial, projetos de governo, interesses por parcerias, volatilidade de mercado, competitividade, estabilidade de regras, solidez dos fundamentos econômicos, entre outros”, avalia o presidente da instituição, que acredita que os protestos fazem parte de um rito normal em países democráticos.
“Não vejo qualquer impacto no relacionamento bilateral com Portugal que pudesse ser diferente do que ocorreria com outros países. Os movimentos de manifestação política que ocorrem no Brasil não devem prejudicar investimentos portugueses na cidade. Ninguém vai deixar de exportar equipamentos, tecnologia ou serviços por conta disso. Tampouco acho que haverá impacto no turismo bilateral ou no consumo de frutas e legumes brasileiros em Portugal ou de bacalhau, vinhos ou azeite portugueses no Brasil”, reforça este responsável, que, contudo, enxerga uma inversão clara no fluxo de investimentos.
“Até a Copa do Mundo de 2014, no Rio, havia uma grande movimentação de investimentos portugueses no Brasil, em várias áreas de atuação, desde telefonia, construção civil a food trucks, por exemplo. A partir de 2015, temos notado que os brasileiros estão apostando cada vez mais em fazer investimentos em Portugal”, comenta Ricardo Coelho. Ainda segundo ele, “a variação no fluxo de investimentos decorre das diferentes fases econômicas do país e da economia mundial, o que faz parte do mundo dos negócios”.

Mão de obra estrangeira
A Câmara Portuguesa do Rio, que completou 100 anos de fundação em 2011, lamenta que a burocracia local impeça que engenheiros portugueses atuem plenamente no mercado nacional brasileiro.
“O Brasil atrai muito interesse externo, pois há negócios para todos os tipos de empresários. A economia brasileira tem um grau de sofisticação que incentiva o comércio exterior e estimula a realização de parcerias no setor industrial, comercial e de serviços, aí incluídos o turismo e a construção civil para as obras das Olimpíadas e melhoria da infraestrutura do país. Nas obras de construção civil, seria bom se engenheiros portugueses conseguissem se credenciar no Brasil, para que pudessem participar diretamente de concorrências em parceria e igualdade de condições com empresas brasileiras, além da posição que já conseguem ocupar na qualidade de subcontratadas ou fornecedoras”, sugere Ricardo Coelho.

Novas tendências de atuação
Como forma de alargar a participação da Câmara Portuguesa no cenário carioca, Ricardo Coelho conta que a entidade está finalizando a criação de uma Câmara de Arbitragem, que vai trabalhar em assuntos jurídicos controversos (litígio), ajudando empresas, especialmente em países de língua portuguesa.
“Haverá um regulamento moderno e seguro para as partes”, garante Ricardo Coelho, que convida empresários portugueses, de qualquer dimensão econômica, a se associarem à Câmara.

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