Por Igor Lopes
Durante a cerimônia de comemoração dos 102 anos de existência da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, no último dia 11 de setembro, na cidade maravilhosa, o presidente da entidade, Paulo Elísio de Souza, defendeu que o governo do Rio utilize a tecnologia lusitana para diminuir o índice de perda de água boa para consumo em virtude de problemas na rede de distribuição.
“Portugal é um país com alta tecnologia que está a nossa disposição. Quero comentar como Lisboa controla a perda de sua água potável nas redes de distribuição. A empresa de águas de Lisboa, com um sistema informático próprio, conseguiu ter uma perda em sua rede de somente 9,5 % da água que por ali passa. O Rio de Janeiro tem um valor bastante superior ao que a ONU entende como razoável, que é de até 20%”, comentou Paulo Elisio, que recordou que “esta tecnologia está à disposição do Rio e do Brasil, para auxiliar na economia de água”.
O advogado criticou o fato de que Portugal é visto com olhos marcados pela antiga imagem do país. Segundo ele, há muitos pontos positivos a serem conhecidos, como a tecnologia que auxilia o país nas suas realizações.
“O desconhecimento de algumas pessoas leva-as a ver, em alguns momentos, Portugal somente através de sua história, seus museus, arquitetura e gastronomia, como o vinho e azeite presentes no imaginário de todos”, analisa o jurista. “Cabe a nós”, completa Paulo Elísio, “mostrar ao Rio de Janeiro e aos brasileiros que Portugal não é só tradição”.
“Festa de arromba”
O evento, que reuniu mais de 400 pessoas no Museu Histórico Nacional, no Centro do Rio, reuniu autoridades e nomes de vulto da comunidade luso-brasileira, como o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, o cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, Nuno Bello, o deputado da Assembleia da República de Portugal, Carlos Páscoa, o presidente do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, Thiers Montebello, o subsecretário de Relações Internacionais do Estado do Rio de Janeiro, Pedro Spadale, representando o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, a secretária de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro, Solange Amaral, representando o Prefeito Eduardo Paes, o coordenador das Relações Internacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro, Laudemar Aguiar, o Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Nestor Rocha, o ex-senador Jorge Bornhausen, além de desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, do diretor Executivo do Rio Negócios, Marcelo Haddad, bem como o vereador da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Queiroz.
A cerimônia marcou a homenagem ao Alto-Comissário da Casa da Língua Portuguesa no Brasil, Miguel Relvas, que recebeu o prêmio Câmara Portuguesa do Rio de Janeiro. O presidente da Cimpor, 9ª maior cimenteira do mundo, Ricardo Lima, foi destacado como Empresário do Ano. O presidente executivo da EDP Energias de Portugal, António Mexia, representado pela presidente da EDP Brasil, Ana Maria Fernandes, foi escolhido como Gestor do Ano. O presidente do Banco Caixa Geral Brasil, Nuno Fernandes Thomaz, levou o prêmio Banqueiro do Ano. Já o presidente do Conselho Administrativo do Banco BIC Português S.A, Fernando Teles, foi agraciado com o prêmio Carreira. Por sua vez, o presidente da GestiFute – Gestão de Carreiras de Profissionais Desportivos, Jorge Mendes, considerado, por três anos consecutivos, o melhor agente de jogadores de futebol do mundo, foi contemplado com o prêmio Mérito Pessoal, enquanto que a cantora portuguesa Mariza foi distinguida com o prêmio Cultura.
“Celebrar mais um aniversário da Câmara Portuguesa do Rio de Janeiro, a mais antiga do mundo, sempre é motivo de alegria. Neste evento homenageamos figuras que se destacaram em suas atividades empresariais”, disse Paulo Elísio.
O presidente da entidade portuguesa no Rio defendeu a homenagem a Miguel Relvas, que chegou a ser criticado publicamente na entrada do certame.
“Quero com muita ênfase lembrar a homenagem a Miguel Relvas, que durante todo o tempo em que esteve no governo de Portugal e mesmo fora dele, dá seu irrestrito apoio e contribuição às atividades da Câmara Portuguesa do Rio de Janeiro, ajudando-a, com sua cultura e experiência, para que esta atinja plenamente seus objetivos”, finalizou Paulo Elísio.