Câmara de Belmonte promove semana do Brasil com convidados de Porto Seguro

Celebração do Dia da Comunidade Luso Brasileira, em Belmonte, com o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, autarcas e representantes da Prefeitura de Porto Seguro e Índios Pataxós.
Celebração do Dia da Comunidade Luso Brasileira, em Belmonte, com o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, autarcas e representantes da Prefeitura de Porto Seguro e Índios Pataxós.

Da Redação
Com agencias

A Câmara de Belmonte promove, entre domingo e o dia 24, “A Semana do Brasil”, iniciativa que pretende estreitar os laços com o país e reforçar a estratégia de promoção internacional do município. “Faremos tudo o que for possível para divulgar, promover e ‘vender’ Belmonte fora de portas, não só em Portugal como em outros países”, referiu à Lusa o presidente do município, António Dias Rocha.

O autarca considerou que ações desta semana podem contribuir para “cativar mais pessoas para o município”, designadamente turistas, novos habitantes e também empresários.

A “Semana do Brasil” arrancou no “Dia do Índio no Brasil”, contando como convidados especiais seis brasileiros: dois técnicos de turismo de Porto Seguro (Bahia) e quatro índios Pataxó, entre os quais uma criança de oito anos. Segundo a organização local, a comitiva participa em várias atividades programadas, que vão desde a pintura ao cinema, passando pelo teatro, pela música e pelo artesanato. Exibição de filmes, exposições e workshops fazem parte da programação.

Entre os momentos mais relevantes esteve a apresentação de uma peça musical e duas peças teatrais, uma delas representada por crianças de Belmonte com idades entre os 07 e os 10 anos.

“No domingo, a peça musical feita pelos índios Pataxó – ‘O Encontro’ – com música medieval do século XV, quando Pedro Álvares Cabral chegou às terras do Brasil”, especificou Joaquim Costa, presidente da Empresa Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social de Belmonte.

No dia seguinte, subiu ao palco a peça realizada pelos alunos de Belmonte, intitulada “Os Índios e a Floresta”, que retrata a vida dos índios com uma grande vertente ambiental. Já no dia 21, foram os brasileiros a subir ao palco com a peça “O Mensageiro”, que tem como tema central a carta escrita por Pedro Vaz de Caminha e na qual este relata as primeiras impressões após a descoberta do Brasil.

Do programa constava ainda a realização de uma videoconferência entre alunos de Belmonte e de Porto Seguro, bem como exposições, “workshops” e visitas aos espaços mais emblemáticos do concelho, nomeadamente a dois dos museus da vila onde Pedro Álvares Cabral, o navegador português que descobriu o Brasil, teria nascido.

“Praticamente que podemos dizer que Belmonte foi o berço do Brasil, porque foi aqui que Pedro Álvares Cabral nasceu (…) e se perguntarmos a qualquer belmontense, aqui um brasileiro é tratado como um irmão, daí que esta aposta faça todo o sentido”, referiu Joaquim Costa.

Esta iniciativa precede ainda as comemorações do Dia do Concelho, que decorrem nos dias 24,25 e 26 de abril e cujo programa contará, além da habitual sessão solene, com concertos musicais e celebrações religiosas. No Dia da Comunidade Luso Brasileira, 22 de Abril, uma solenidade foi presidida pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

O secretário de Estado das Comunidades e o presidente da Câmara de Belmonte.
O secretário de Estado das Comunidades e o presidente da Câmara de Belmonte.

Renovar museus
A Câmara Municipal de Belmonte vai apresentar uma candidatura aos fundos comunitários com o objetivo de renovar a rede de museus da vila, entre os quais estão o Museu Judaico e o Museu dos Descobrimentos.

“Acho que todos os nossos museus já começam a precisar de melhorias e vamos ver se no quadro 2020 conseguimos ir buscar verbas para melhorarmos estes espaços”, afirmou o presidente da autarquia, António Dias Rochas (PS).

Segundo o autarca deste concelho do distrito de Castelo Branco, o projeto ainda está a ser elaborado, mas deverá implicar um investimento “bem acima de um milhão de euros”, incidindo essencialmente na renovação e até introdução de novos conteúdos.

A rede de museus de Belmonte integra o Museu Judaico, o Museu dos Descobrimentos, o Ecomuseu do Zêzere, o Museu do Azeite e o Centro de Interpretação da Igreja de São Tiago. Registra uma média anual de 75 a 80 mil visitantes, principalmente portugueses, israelitas e brasileiros, e aos quais se juntam ainda espanhóis, ingleses, holandeses, americanos, canadianos e italianos, entre outros.

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