Calçada à portuguesa, marca da identidade da capital e da presença portuguesa pelo mundo

Monumento ao Calceteiro, na Praça dos Restauradores

Da Redação
Com Lusa

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa considerou que a calçada portuguesa que adorna as ruas da capital é “mais do que o chão”, constituindo uma marca da identidade da cidade e da sua comunidade.

Durante a inauguração do Monumento ao Calceteiro, na Praça dos Restauradores, Fernando Medina elogiou o trabalho e a componente artística da calçada, que é “um traço marcante da cidade” e da presença dos portugueses pelo mundo.

“A calçada à portuguesa é hoje mais do que o chão que pisamos, é uma marca da nossa identidade”, salientou o autarca.

Em 2006, a autarquia “entendeu homenagear a atividade dos calceteiros (…) através de um monumento que representasse esta arte”.

Por essa razão, o escultor Sérgio Stichini criou o Monumento ao Calceteiro, que foi colocado na Rua da Vitória (Baixa Pombalina).

Porém, a escultura que representa dois calceteiros a trabalhar foi vandalizada pouco tempo depois, e foi retirada do local.

A mudança de local, explicou Medina, “foi uma iniciativa da Câmara, uma decisão dos vereadores”.

“Acho que este é um sítio com uma grande dignidade e uma circulação muito grande de pessoas, e prestamos aqui uma justíssima homenagem aos calceteiros e ao que é um dos símbolos da nossa identidade como cidade e como comunidade, que é a calçada à portuguesa”, elencou.

Esta homenagem foi colocada num “sítio onde será certamente vista, discutida, apreciada por muitos milhares de pessoas que aqui passam todos os dias”.

Questionado sobre o porquê de terem sido precisos 10 anos para que o conjunto escultório voltasse às ruas da capital, depois de ter sido vandalizado e retirado para recuperação, o presidente da Câmara preferiu salientar que “o que importa hoje é que está aqui recuperado e está melhorado no seu enquadramento”.

Fernando Medina referia-se à recriação do brasão oficial da cidade em calçada, uma peça com cerca de 30 metros quadrados e que integra uma caravela vicentina, para a qual foram necessárias mais de 10.500 pedras.

Intervindo na cerimônia, o vereador António Prôa (PSD), apontou que “este evento dá início a uma caminhada para promover a calçada”.

O autarca, que deixa o cargo na quarta-feira, foi um dos autores da proposta aprovada pela Câmara de Lisboa (de maioria socialista) no sentido de candidatar a calçada portuguesa a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).

Na opinião do social-democrata, “até à classificação ainda existem desafios pela frente para proteger a calçada”, mas Prôa acredita que “estão reunidas as condições para a promoção” desta arte.

Assim, manifestou “satisfação e confiança no futuro que a Câmara de Lisboa poderá traçar” neste âmbito.

Em resposta, o presidente da Câmara advogou que o monumento também constitui “uma homenagem a António Prôa e ao trabalho que realizou na cidade” durante os mandatos que exerceu.

Este trabalho foi realizado pelos calceteiros municipais, que integram as Brigadas Lx e que estiveram presentes na cerimônia.

Medina aproveitou também para incumbir ao presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, a responsabilidade pela escultura “daqui para a frente”.

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