Da Redação
Em 2015, o número de portugueses que deixaram o país para viver em outras terras diminuiu 18,5%, se comparado com 2014. A natalidade e a imigração aumentaram. No entanto, a população residente no país continua caindo.
Os novos dados demográficos do país foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entidade que anuncia as informações estatísticas oficiais de Portugal. O declínio populacional mantém-se desde 2010, embora tenha se atenuado nos dois últimos anos.
Em relação aos movimentos migratórios, houve um aumento no número de imigrantes, ou seja, estrangeiros que optaram por morar em Portugal, e uma diminuição no número de emigrantes, portugueses que deixaram o país. No entanto, como o número de imigrantes continuou a ser inferior ao de emigrantes, o saldo se manteve negativo (- 10.481 pessoas).
Estima-se que, durante o ano de 2015, tenham entrado em Portugal 29.896 pessoas, valor superior em 53,2% ao registrado em 2014 (19.516) e tenham saído, para residir no estrangeiro, 40.377 pessoas, menos 18,5% do que em 2014 (49.572).
A população residente em Portugal em 2015 foi estimada em 10.341.330 pessoas, cerca de 33.500 a menos que no ano anterior.
Ano passado, houve um ligeiro aumento do número de nascimentos (85.500 nascidos-vivos) em relação a 2014 (82.367 nascidos vivos). No entanto, esse aumento foi insuficiente para compensar o número de óbitos (108.511), fazendo com que o saldo natural tenha sido negativo (-23.011 pessoas).
Ainda em 2015, o índice de fecundidade foi de 1,3 filho, levemente superior ao de 2014 (1,23 filho). A idade média da mulher no nascimento do primeiro filho foi de 30,2 anos e a idade média da mulher ao nascimento de um filho foi de 31,7 anos, mantendo-se a tendência de adiamento da maternidade. Em 2014, os valores eram de 30 anos e 31,5 anos, respectivamente.
A expectativa de vida ao nascer foi estimada em 80,41 anos e continua mais alta para mulheres do que para os homens. Para o período 2013-2015, a expectativa de vida ao nascer para as mulheres é de 83,23 anos e para os homens, 77,36 anos.
Índice de Bem Estar aumentou
O índice de bem-estar em Portugal evoluiu positivamente em 2015 e manteve a tendência de recuperação de crescimento iniciada em 2013, divulgou ainda o INE. Entre 2004 e 2011 o índice de bem-estar registrou sempre evolução positiva, tendo reduzido em 2012. Recuperou depois em 2013 e em 2014 voltou a evoluir positivamente.
O índice de bem-estar baseia-se em outros dos índices que avaliam as condições materiais de vida e a qualidade de vida. Ao longo da última década, o índice das condições materiais de vida registrou evoluções negativas, mas o índice relativo à qualidade de vida apresentou uma evolução continuamente positiva.
Contudo, os dados preliminares referentes a 2015 permitem perspectivar uma inversão do índice relativo às condições materiais de vida, que depois de anos a decrescer apresentou em 2014 um ligeiro aumento que se estima que se prolongue em 2015.
Nos 10 domínios que integram o índice de bem-estar, a Educação, o Ambiente e a Participação Cívica e Governação são as componentes de bem-estar com evolução mais favorável no período entre 2004 e 2015.
Em 2015, o INE estima que índice de bem-estar tenha atingido os 118,4, depois de em 2014 ter alcançado os 114,5. Em 2012, ano em que se registou o primeiro decréscimo, o índice estava nos 108,7.
Numa análise ao longo da última década, verifica-se que em todos os anos desde 2006 houve um agravamento dos indicadores relativos à vulnerabilidade econômica, atingindo o valor mínimo em 2013. Estima-se que em 2015 este índice continue o crescimento registado em 2013 e em 2014.
Aliás, o domínio “Vulnerabilidade Econômica” é um dos que apresenta, segundo o INE, a evolução mais desfavorável ao longo do período 2004/2015, “refletindo a progressiva vulnerabilidade das famílias induzida pelo afastamento das mesmas do mercado de trabalho”.
O domínio “Trabalho e Remuneração” é a que apresenta a evolução mais desfavorável e veio contribuir de forma significativa para a descida do índice das condições materiais de vida — entre 2004 e 2014 registou uma descida global de mais de 28 pontos percentuais.
No entanto, também este domínio de “Trabalho e Remuneração” voltou a crescer em 2014 e em 2015.
No que respeita ao índice de qualidade de vida, o domínio da Saúde é um dos que contribui para a evolução positiva: “a população que avalia de forma positiva os serviços de saúde teve um crescimento acentuado no período 2004-2014”.
Também a conciliação ‘vida-trabalho’ apresentou uma evolução positiva durante todo o período analisado, mais pronunciada até 2011.