Cabo Verde, São Tomé e Timor-Leste são melhores lusófonos no combate à malária

Da Redação
Com Lusa

Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste reduziram significativamente em sete anos o número de óbitos e de casos de malária, indica um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a situação do paludismo no mundo.

Sem Portugal no documento, os restantes oito Estados membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) — Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, surgem no relatório, com o arquipélago cabo-verdiano a destacar-se pela positiva.

Ainda sem a contabilização dos dados referentes a 2017, Cabo Verde surge no documento como o melhor país lusófono, com uma média inferior a 10 mortes em 2010, 2011 e 2014 e 2016, reportando mesmo zero em 2012, 2013 e 2015.

Segundo a OMS, Cabo Verde tem registrado sempre menos de 100 casos por ano (2010, 2013, 2014 e 2016), tendo contabilizado mesmo uma média inferior a 10 em 2011, 2012 e 2015.

Quase idêntico é o cenário em São Tomé e Príncipe que, nos últimos três anos (2014, 2015 e 2016) não registou qualquer morte por paludismo, recenseou menos de 10 em 2012 e menos de 100 em 2010, 2011 e 2013.

No entanto, ao contrário de Cabo Verde, o número de casos médios anuais é bastante elevado, sobretudo o pico de cerca de 12.500 registado em 2012 — vinham a subir desde 2010 (2.700) e 2011 (8.000), descendo progressivamente para 9.000 (2013), 1.800 (2014) e 2.100 (2015), aumentando para 2.200 no ano passado.

Com uma evolução também positiva surge Timor-Leste que, depois de em 2010 ter registado 220 óbitos, desceu para menos de 100 nos dois anos seguintes, para menos de 10 em 2013 e sem qualquer morte desde 2014.

As estatísticas revelam também uma queda abrupta no número de casos de paludismo em Timor-Leste, uma vez que, em 2010, o total foi de 78.800, descendo sucessivamente até 2015 — 27.780 (2011), 7.000 (2012), 1.500 (2013), 400 (2014) e menos de 100 (2015), para registar 120 em 2016.

Desde 2010, ano em que o relatório da OMS utiliza como comparação, o Brasil, o país mais populoso da comunidade lusófona, tem mantido uma constância no número de óbitos, sempre com menos de 100.

A constância do número de mortos contrasta com a forte descida no de casos, pois desde 2010 que não para de descer — 370.000 (2010), 295.000 (2011), 288.200 (2012), 196.700 (2013), 154.100 (2014), 153.000 (2015) e 137.300 (2016).

O mesmo cenário de constância quase acontece na Guiné-Bissau a manter também uma média anual de 600 óbitos ao longo dos sete anos de referência, em que o total de casos desceu entre 2010 e 2015 — 78.400, 72.400, 66.100 55.500, 52.200 e 46.900 -, para voltar a aumentar ligeiramente em 2016, com 47.900.

Com totais de mortes inferiores a mil nos últimos sete anos está também a Guiné Equatorial, embora com variações antagônicas ao longo desse período: dos 500 óbitos registados em 2010, subiu para 700 em 2011, para 800 em 2012 e para 900 em 2013, mantendo uma média anual de 800 desde 2014.

No entanto, o número médio de casos anuais de malária no mais recente Estado membro da CPLP quase duplicou entre 2010 e 2016 — 93.900 (2010), 151.700 (2011), 185.400 (2012), 206.500 (2013), 174.800 (2014), 173.700 (2015) e 178.100 (2016).

O panorama agrava-se significativamente em Angola e Moçambique. Em Angola, a média anual de mortes desde 2010, entre subidas e descidas, vai variando positiva e negativamente, com os 11.980 registados há sete anos, descendo para 11.590 em 2011 e para 11.480 em 2012, subindo, depois, para 11.720 em 2013 e 11.970 em 2014, diminuindo novamente para 11.900 em 2015 e aumentando para 11.950 em 2016.

As variações contrastam, porém, com o sucessivo aumento de novos casos no país, que, em 2016, atingiu 1.903 milhões – 1,845 milhões (2010), 1,894 milhões (2011), 1,881 milhões (2012), 1,904 milhões (2013) e outra vez 1,881 milhões (2015).

Moçambique é o caso mais grave, onde, depois do pico de 17.050 mortes registado em 2012 (16.670 em 2010 e 16.600 em 2011), tem vindo a descer sucessivamente para 16.380 (2013), 15.230 (2014) e 14.290 (2015), voltando a subir ligeiramente no ano passado, para 14.370.

Em relação ao número de casos, Moçambique gira em torno de uma média anual entre os oito e nove milhões de novas infeções — 8,720 milhões (2010), 9,050 milhões (2011), 9,520 milhões (2012), 9,320 milhões (2013), 8,920 milhões (2014), 8,680 milhões (2015) e 8,870 milhões (2016).

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