Da Redação
Com Lusa
O ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, disse que, mesmo estando a iniciar com a tecnologia de quarta geração (4G), o país quer ser dos primeiros em África a implementar o 5G “tão cedo quanto possível”.
O ministro falava, na cidade da Praia, na abertura de uma conferência sobre as redes de quinta geração (5G), organizada pela Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME), em parceria com a multinacional chinesa Huawei.
“O Governo tudo fará para criar as condições para que Cabo Verde possa ser dos primeiros países em África a ter o 5G e queremos contar nesta empreitada com a forte parceria do Governo da China e, em particular, com a empresa Huawei”, disse o também vice-primeiro-ministro.
Segundo o governante, a ideia é introduzir o 5G no país “de forma faseada, programada e progressiva”, não tendo necessariamente de começar em todas as ilhas ao mesmo tempo.
“Os técnicos vão analisar o assunto e vão propor ao Governo qual seria a melhor forma de abordar a matéria para que possamos introduzir tão cedo quanto possível o 5G em Cabo Verde”, prosseguiu o ministro, para quem a ambição é “fazer de Cabo Verde um país digital”.
A conferência sobre o 5G foi realizada numa altura em que Cabo Verde está a experimentar a introdução do 4G.
Questionado se o país não está a “queimar etapas” no assunto, Olavo Correia explicou que o mundo está a avançar de uma “forma estonteante”, a velocidade é uma questão-chave e o país é que tem de adaptar ao contexto e à velocidade do mundo.
“Não podemos ajustar o mundo à nossa velocidade, nós é que temos de ajustar a nossa velocidade à velocidade do mundo”, mostrou o titular da pasta das Finanças de Cabo Verde, considerando que o 5G é uma “oportunidade” para os pequenos países.
O presidente da Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME), Isaías Barreto, disse também que falar da rede móvel de quinta geração “faz todo o sentido”, mesmo numa altura em que o país está a começar a introduzir o 4G.
“Faz todo o sentido porque o lançamento do 4G pode servir de rampa de lançamento para o 5G. Quanto temos a rede de quarta geração implementada, a migração, a passagem para o 5G fica mais facilitada, ou seja, podemos capitalizar os investimentos feitos na rede de quarta geração para avançarmos para 5G”, explicou.
Para o responsável da agência reguladora, Cabo Verde tem de ter uma “visão de futuro”, planear e tomar decisões agora para, numa fase seguinte, avançar com o 5G.
“Estamos aqui para analisarmos e estudarmos a melhor abordagem para o 5G em Cabo Verde. Não podemos esperar daqui a cinco, seis, sete anos para começarmos a fazer o nosso planeamento”, prosseguiu.
O presidente avançou ainda que a ARME está a realizar um estudo, em parceria com a Huawei, que irá dar “pistas importantes” e proporcionar uma “visão mais clara” sobre como deverá ser o 5G em Cabo Verde, que políticas públicas e estratégias de gestão do espetro tecnológico.
“Na área das tecnologias de informação e comunicação, nós temos de ser autênticos atalaias noturnos, temos que ter uma vigilância tecnológica, uma visão de futuro e não ficar acomodados. E é isso que estamos a evitar com a organização deste evento”, salientou Isaías Barreto.
Para já o presidente da ARME preferiu não apontar valores para os custos da implementação do 5G, mas salientou que é uma rede nova que requer “avultados investimentos”, mas que serão diminuídos já que o país já vai ter a rede de quarta geração implementada.
Subordinado ao tema: “Promovendo a 5ª Geração de Comunicações Móveis em Cabo Verde”, a conferência contou com a presença de Alvin Dong, presidente da Huawei para Região Norte e Oeste de África.
O responsável sublinhou o facto de ser o primeiro fórum sobre o 5G em toda a região e garantiu que a Huawei vai disponibilizar assistência técnica a Cabo Verde na realização dos testes.
A conferência juntou os principais intervenientes do setor das comunicações, nomeadamente o Governo, os operadores, o setor privado e as universidades.