Cabo Verde pressiona Saúde de Portugal sobre casos que passaram pelo arquipélago

Da Redação
Com Lusa

O Diretor Nacional de Saúde de Cabo Verde disse que Portugal ainda não respondeu aos pedidos de informação sobre quatro casos de infecção pelo novo coronavírus confirmados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) portuguesa que passaram pelo arquipélago.

Na conferência de imprensa diária de balanço da pandemia de covid-19 no arquipélago, realizada ao final da tarde na cidade da Praia, Artur Correia avançou que Cabo Verde continua sem registar novos casos da doença desde a confirmação do sexto positivo, em 28 de março, e que todas as análises a situações suspeitas deram resultado negativo.

Insistentemente confrontado com o caso “dos portugueses” – uma referência ao boletim de há dois dias da Direção-Geral da Saúde (DGS), que identificava em Portugal quatro casos confirmados de covid-19 provenientes de Cabo Verde -, o Diretor Nacional de Saúde disse que Lisboa ainda não respondeu ao pedido de dados sobre esses casos, necessários para investigar possíveis contatos durante a passagem pelo arquipélago.

“Ainda hoje falei de novo com a Direção-Geral da Saúde. A informação que me deram é que teriam sido pessoas que vieram passar férias em Cabo Verde em período de incubação. Falei com uma pessoa, era a única informação que tinha. Eu expliquei que é importante, que nós temos urgência nisso porque há um conjunto de medidas de investigação epidemiológica, nós precisamos de saber esses contatos”, afirmou Artur Correia.

Apesar da urgência na informação, o responsável recorda a situação da pandemia em Portugal, com 7.443 casos confirmados e 160 mortos.

“Nós temos que compreender que estão a lidar com milhares de casos, enfrentam também os seus problemas, mas nós estamos a pressionar todos os dias para saber. Amanhã vamos continuar de novo, insistir, para ver se podemos atuar rapidamente”, referiu Artur Correia, sublinhando as boas relações com a congênere portuguesa.

Os seis casos de covid-19 em Cabo Verde dividem-se em quatro na ilha da Boa Vista e dois, um casal, na cidade da Praia (ilha de Santiago).

Um dos casos da Boa Vista, um turista inglês de 62 anos, acabou por morrer, e o colega de viagem, também confirmado com covid-19, regressou entretanto ao país de origem.

Também uma turista dos Países Baixos, o terceiro caso naquela ilha, foi transportada na semana passada para aquele país europeu, inspirando cuidados.

O quarto caso de covid-19 na Boa Vista foi confirmado num trabalhador de dois hotéis que estavam em quarentena.

Dos três casos ativos em Cabo Verde, apenas dois estão hospitalizados, mas não inspiram cuidados.

O arquipélago de Cabo Verde está fechado a voos internacionais, para travar a progressão da pandemia, e com o estado de emergência decretado no domingo foram também suspensos os voos entre ilhas.

Medidas que levam o Diretor Nacional de Saúde a admitir ser possível travar a progressão da doença em Cabo Verde.

“Temos todas as chances de sair disto da melhor forma possível. Mas tudo dependente dos próximos passos, dos próximos dias, do que formos capazes de fazer”, sublinhou Artur Correia, apelando ao envolvimento “coletivo” nesta tarefa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 803 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 40 mil.

Dos casos de infecção, pelo menos 165 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O número de mortes em África subiu para 173, com os casos confirmados a ultrapassarem os 5.000 em 48 países, de acordo com as mais recentes estatísticas sobre a doença no continente.

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