Cabo Verde Airlines anuncia parceria com empresas para voos domésticos

Da redação
Com Lusa

A companhia aérea Cabo Verde Airlines (CVA) anunciou uma “parceria estratégica” com as portuguesas Lease-Fly e Newtour para os voos domésticos entre ilhas naquele arquipélago e garantindo assim a conectividade ao ‘hub’ internacional na ilha do Sal.

Em comunicado enviado à Lusa, a CVA refere que a parceria irá garantir, a partir de 13 de agosto, a conectividade ao ‘hub’ na ilha do Sal – de onde a transportadora aérea opera grande parte dos voos internacionais -, de e a partir das ilhas de Santiago, São Vicente e Fogo, com recurso a aviões ATR42-300.

A parceria envolve a Lease-Fly, uma empresa registrada em Portugal e com bases operacionais em Espanha e França, sendo um “operador especializado no transporte aéreo regional e executivo”.

Esta empresa vai disponibilizar os ATR42-300 em regime de locação, o primeiro dos quais, conforme noticiado anteriormente pela Lusa, chegou ao aeroporto da Praia a 30 de julho.

“Num futuro próximo, a Lease-Fly pretende obter o seu próprio certificado de operador em Cabo Verde e em parceria com a Cabo Verde Airlines operar e incentivar a conectividade inter-ilhas e ao ‘hub’ na ilha do Sal”, refere a CVA.

A Newtour, segundo o comunicado, é um dos maiores grupos no sector do turismo a operar em Portugal, em áreas como a hotelaria ou a distribuição, “contanto com mais de 30 anos de experiência no mercado cabo-verdiano”.

“A Cabo Verde Airlines, e respetivos parceiros, irão explorar as rotas de alta densidade numa operação conjunta. Os aviões serão pintados de acordo com o atual ‘branding’ da companhia cabo-verdiana”, esclarece a CVA.

O comunicado acrescenta que o modelo de operação terá voos bi-diários – no período da manhã e da noite – ao ‘hub’ do Sal, para garantir também as ligações internacionais da CVA.

“A conexão inter-ilhas, ancorada no programa ‘Stopover’ que permite ficar em Cabo Verde até sete dias sem encargos adicionais, tem agora condições de sustentabilidade para ser assumida pela Cabo Verde Airlines e os seus parceiros na hotelaria, restauração e na animação turística correspondendo à demanda do mercado interno e contribuindo para o crescimento da indústria de turismo no arquipélago”, concluiu o comunicado.

Em março, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da companhia aérea nacional TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.

Para o Governo cabo-verdiano, a alternativa à privatização seria a sua liquidação, a qual custaria mais de 181 milhões de euros.

Em entrevista anterior à Lusa, o presidente e diretor executivo da CVA, Jens Bjarnason, explicou que a companhia está nesta altura “concentrada” na implementação do conceito do ‘hub’ internacional no Sal, tendo já então avançado que a operação doméstica ficaria a cargo de uma “parceria do consórcio que inclui a CVA, Leasefly e uma empresa de distribuição”.

Atualmente, as ligações aéreas entre ilhas são asseguradas apenas pela companhia Binter, mas o Governo cabo-verdiano tem insistido que o mercado está aberto a novas operadoras.

A Lusa noticiou anteriormente que a CVA transportou 40.857 passageiros entre março e maio, logo após a venda da posição maioritária do Estado cabo-verdiano, um aumento homólogo de 30%, e prevê alargar as ligações internacionais a Luanda e Washington.

Os números avançados por Jens Bjarnason comparam com os 31.421 passageiros transportados nos mesmos três meses de 2018, acrescentou.

“O desempenho da Cabo Verde Airlines, até agora, está de acordo com o plano de negócios desenvolvido antes da compra da participação”, notou Jens Bjarnason.

A frota atual da CVA é composta por três Boeing 757-200, com a companhia aérea cabo-verdiana a garantir ligações do arquipélago para Dakar, Lisboa, Paris, Milão, Roma, Boston, Fortaleza, Recife e Salvador.

Entretanto, a CVA prevê reforçar a frota com dois Boeing 757-200 adicionais, a partir de novembro, garantiu Jens Bjarnason, bem como alargar as ligações internacionais da companhia, até final do ano, a Luanda, Washington, Lagos e Porto Alegre.

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