Brasileiro recebe prêmio por liderar rede de bancos de leite humano

Da Redação
Com Lusa

O trabalho do pesquisador e servidor público da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) João Aprígio Guerra de Almeida à frente da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano será reconhecido em uma premiação que vai ser concedida em maio pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O prêmio Dr. Lee Jong-wook de Saúde Pública será entregue na Assembleia Mundial de Saúde, que ocorrerá em Genebra, na Suíça.

A escolha foi definida por unanimidade, e João Aprígio dividirá o prêmio de 2020 com um consórcio de pesquisadores da Tanzânia para a troca de informações sobre anemia e outras doenças ligadas às células falciformes. Ao propor a premiação ao Conselho Executivo da OMS, o painel de especialistas responsáveis pelo prêmio afirmou que o brasileiro atua na mobilização da rede desde 1981 e “é considerado a força motriz por trás da maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo”.

Com um modelo baseado em pesquisas para baratear custos e oferecer apoio à amamentação, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano se tornou um modelo que já foi exportado para países do Mercosul, da África, da Europa, da comunidade de países de Língua Portuguesa e para membros do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Essa troca de experiências levou o Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, a encabeçar a Rede Global de Bancos de Leite Humano. Avisado da premiação nesta semana, o pesquisador dividiu o mérito pelo prêmio.

“Represento uma legião, um contingente de trabalhadores do SUS [Sistema Único de Saúde] que são artífices dessa grande obra coletiva”, disse Almeida, que participou do salto da rede brasileira, de cinco bancos de leite em 1985 para 225 atualmente.

Segundo o Ministério da Saúde, 160 mil litros de leite humano são distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso no país. “Essa rede não existia. Só foi possível graças aos investimentos em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. Graças àquilo que a ciência brasileira permitiu”, destacou o servidor público da Fiocruz.

Concedido anualmente desde 2008, o prêmio reconhece indivíduos, instituições e organizações não governamentais e governamentais que contribuíram com grandes avanços para a saúde pública. Em 2020, foram 11 candidatos ao prêmio, que podem ser indicados por Estados-membros da OMS e por outros premiados.

Médico que dá nome ao prêmio, Lee Jong Wook foi o primeiro sul-coreano a ocupar o cargo de diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, entre 2003 e 2006. Com uma carreira que se destacou em prol da vacinação e no combate à tuberculose, ele foi eleito para um mandato de cinco anos, mas morreu em 2006.

Os responsáveis pela rede de Bancos de Leite Humano estimam que a tecnologia brasileira tenha salvo cerca de dois milhões de bebês, apostando no apoio aos países lusófonos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fliporto anunciou edição 2025 em Aveiro, Portugal

Por Ígor Lopes Foi encerrada, no último domingo em Olinda, no nordeste brasileiro, a edição 2024 da Festa Literária Internacional de Pernambuco. Um evento que teve lugar no Mercado Eufrásio Barbosa. Esta festa literária atraiu mais de cinco mil pessoas

Leia mais »