Da Redação
Com agencias
A Organização Internacional para Migrações, OIM, apoiou a 1ª Conferência Nacional sobre Migração e Refúgio, Comigrar, que teve início dia 30 de maio, em São Paulo. O encontro reuniu 700 especialistas do governo, organizações internacionais, intelectuais e da sociedade civil.
O objetivo é encorajar discussões livres e abertas que ajudem a reforçar as políticas de direitos humanos para os migrantes. O Brasil registrou 600% de aumento nas solicitações de asilo em 2013.
O diretor regional da OIM para o Brasil, Diego Beltrand, disse que a Comigrar representa uma oportunidade para os líderes criarem um modelo de desenvolvimento que assegure a integração e a inclusão de todos os migrantes.
Segundo a agência da ONU, o bom desempenho da economia brasileira fez com que o país se tornasse destino de muitos migrantes. Apesar de os haitianos terem recebido ampla atenção da mídia, dominicanos, senegaleses e europeus estão entre as pessoas que escolheram o país para viver. A OIM cita que os cidadãos de Bangladesh lideram os pedidos, seguidos dos de Senegal, Líbano, Síria e República Democrática do Congo.
Durante o evento, o governo de São Paulo e a prefeitura da capital anunciaram a criação de um centro para atendimento a imigrantes e refugiados. O Centro de Integração e da Cidadania do Imigrante vai oferecer serviços como documentação, intermediacão de trabalho, formação (profissional e em idiomas) e orientação jurídica, além de atendimento de saúde e apoio psicológico aos recém-chegados, com capacidade para 200 pessoas, e atendimento em quatro línguas: inglês, francês, espanhol e árabe.
Calcula-se que o Brasil tenha 1 milhão de migrantes, a maioria portugueses, japoneses, italianos e espanhois. Nos últimos anos, a maior parte dos migrantes que chegam ao país tem como origem a África e o Caribe, com Senegal, Haiti e República Dominicana liderando a lista.
A 1ª Comigrar realizada em São Paulo é coordenada pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Justiça/Departamento de Estrangeiros-DEEST, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério das Relações Exteriores, com o apoio da Organização Internacional para as Migrações-OIM e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento-PNUD.
Durante a fase preparatória da Comigrar, mais de 200 etapas foram realizadas em dez estados, abrangendo as cinco regiões brasileiras e o exterior. O processo mobilizou cerca de seis mil pessoas e reuniu uma média de 2.500 propostas de migrantes. “O volume de adesões e a diversidade dos participantes nos surpreendeu”, afirma o secretário nacional de Justiça do ministério, Paulo Abrão. Segundo ele, a contribuição qualificada das propostas levantadas e a maior articulação da rede social que atende ao migrante no Brasil, “são resultados preliminares já comemorados pela Comigrar, capazes de promover mudanças na trajetória sob a forma como o tema é tratado no país”.