Brasil garante que está a fiscalizar casos de fraude com azeite dito português

Da Redação
Com Lusa

Gastro_Azeite_logoO Ministério da Agricultura do Brasil informou o Governo português de que tem em curso várias ações de fiscalização sobre o caso da fraude do azeite no país, segundo o gabinete do ministro português, Capoulas Santos.

Questionado pela Lusa acerca de um estudo que demonstrou que há marcas brasileiras que vendem produtos como sendo azeite de Portugal, fonte oficial do Ministério da Agricultura português afirmou que contatou o Governo brasileiro para pedir “uma intervenção forte da administração do país nesta matéria”.

Em resposta, disse a mesma fonte, “o Ministro da Agricultura do Brasil transmitiu que estão já em curso diversas ações de fiscalização” e que essas “serão intensificadas nos próximos dias”.

O Governo português afirma que está em causa “um dos mais emblemáticos produtos portugueses” e que é “urgente combater” as “práticas ilegais” relacionadas com o azeite.

Os contatos entre Portugal e o Brasil sobre este tema acontecem depois de, num estudo publicado recentemente, a Proteste brasileira ter sugerido a retirada do mercado, por fraude ao consumidor, de sete marcas de azeite, algumas identificadas como de origem portuguesa e assinaladas como sendo “azeite extra virgem”.

Na semana passada, a Casa do Azeite disse à Lusa que vai apresentar uma reclamação formal junto da defesa do consumidor do Brasil contra as marcas que falsificam o produto e a sua origem.

“São marcas reincidentes nestas fraudes, mas vamos reclamar formalmente de continuarem a dizer que a origem é portuguesa”, disse então à Lusa a secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos.

Depois de em 2016 já ter publicado um trabalho idêntico, a Proteste brasileira sugere agora a retirada do mercado, por fraude ao consumidor, sete marcas de azeite, algumas identificadas como de origem portuguesa e assinaladas como sendo “azeite extra virgem”.

No novo teste de qualidade realizado pela Proteste brasileira, sete marcas de azeite foram ‘chumbadas’ por conterem misturas de óleos vegetais e animais.

“De português [estes produtos] não têm nada. São duas falsificações: de produto e de origem”, explicou Mariana Matos.

A responsável da Casa do Azeite – entidade associativa portuguesa praticamente desconhecida no Brasil – defende ainda que a associação a Portugal “prejudica toda a imagem do azeite português, que tem feito um esforço nos últimos anos no sentido de melhorar a sua qualidade”.

“E a Proteste sabe disso perfeitamente. Sabe que este produto é embalado no Brasil, que é indústria brasileira e que são produtos falsificados, portanto, e vamos reclamar formalmente, não pode atribuir origem portuguesa a este azeite, que nem azeite é”, acrescentou.

Mariana Matos adiantou ainda que a Casa do Azeite está em permanente contato com as autoridades do Ministério da Agricultura brasileiro e que já houve marcas cujas fábricas foram encerradas.

“As autoridades estão perfeitamente conscientes e trabalhamos em conjunto no sentido de minimizar e acabar com estas situações de fraude sobre o azeite no Brasil”, afirmou a responsável da Casa do Azeite, defendendo que é preciso mais consequências nestes casos.

A Proteste divulga em seu novo teste as seguintes marcas reprovadas:  Tradição; Figueira da Foz; Torre de Quintela; Pramesa; Lisboa; e Beirão. Ainda segundo a organização, as marcas Figueira da Foz, Tradição e Pramesa são reincidentes nas fraudes.

Os azeites que são recomendados como de melhor qualidade no teste do azeite brasileiro, de origem portuguesa, são Qualitá, Andorinha, TAEQ, Gallo, Serrata, Carrefour.

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