Da Redação
Com Lusa
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, entregou em Luanda ao Presidente de Angola, João Lourenço, um convite para visitar o Brasil em 2020.
“Trouxe uma carta e um convite do Presidente Jair Bolsonaro para uma visita do Presidente João Lourenço ao Brasil” em 2020, disse após uma audição com o chefe de Estado angolano, no âmbito do primeiro dia de visita oficial a Angola.
Segundo Ernesto Araújo, esta é uma fase de consolidação numa nova relação Brasil-Angola que está no momento de ser “reinventada e passar para um patamar elevado a partir das prioridades” dos dois países.
Com o Presidente angolano, o chefe da diplomacia brasileira abordou ainda a vontade brasileira de participar mais no desenvolvimento de Angola, através do investimento privado, cooperação na área da segurança e combate ao narcotráfico, entre outros temas internacionais.
Antes, durante um encontro com o seu homólogo angolano, Manuel Augusto, Ernesto Araújo declarou que este seu périplo por África, que incluiu passagens por Angola, Cabo Verde, Nigéria e Senegal, é um “testemunho do engajamento que o Brasil quer ter com o continente africano” e “expressão do novo Brasil” de Jair Bolsonaro.
“[Queremos] reinventar a nossa relação com base nas prioridades e anseios comuns a brasileiros e angolanos”, acrescentou, frisando que “Angola é uma segunda casa para o Brasil”.
O “engajamento” passa por uma presença econômica reforçada no comércio e investimentos em Angola, mas também pela segurança e defesa, comentou.
“O combate ao crime organizado não conhece fronteiras, os países têm de se coordenar para o combate à criminalidade”, disse, exortando a uma visão comum sobre defesa e segurança no Atlântico Sul, um espaço que “exige um enfoque comum”.
O chefe da diplomacia brasileira adiantou que, com o acordo hoje firmado, o Brasil pretende partilhar a sua experiência e informação no combate à criminalidade e capacitar profissionais de segurança, e afirmou que houve uma redução de mais de 20% na taxa de homicídio em 2019.
Também na vertente financeira, o Brasil está “muito animado com as perspetivas”, indicou Ernesto Araújo,
Manuel Augusto destacou por seu lado as relações “históricas, seculares, de sangue, de cultura e econômicas” entre Luanda e Brasília, que traduzem “laços indissolúveis” entre os dois povos e obriga os dois governos a trabalhar juntos no seu reforço.
A visita do ministro brasileiro é também “uma ocasião única de conhecer o pensamento do novo Brasil que, esperamos, aponte para aquilo que nos interessa no permanente reforço da relação já existente”, acrescentou.