Da Redação com Lusa
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, reafirmou neste dia 02 que o seu Governo não pretende implementar o chamado “passaporte sanitário” no país para certificar pessoas vacinadas contra a covid-19.
“A liberdade vem antes de tudo” e cada cidadão pode decidir se quer imunizar-se ou não, segundo o Presidente brasileiro.
A adoção do chamado “passaporte sanitário” tem sido defendida nos últimos dias por diversos setores da sociedade brasileira, principalmente depois de os primeiros casos da variante Ómicron do vírus SARS-Cov-2, causador da covid-19, terem sido confirmados no país.
Os três primeiros casos foram detetados na cidade de São Paulo, e outros dois foram confirmados hoje em Brasília, enquanto se analisam outras infecções de passageiros que também voltaram do continente africano.
Numa cerimônia realizada no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que a sociedade deve entender que “o vírus será para sempre” e que “as vacinas, algumas ainda experimentais, outras não, têm muitas incógnitas pela frente”.
O dirigente citou a Organização Mundial da Saúde (OMS) e alertou que “quem está totalmente vacinado pode se contaminar e transmitir o vírus e também pode morrer”, para justificar sua decisão de não impor a imunização obrigatória.
Bolsonaro, que se recusa a tomar a vacina, reiterou que a liberdade dos cidadãos está acima de tudo.
“Não vamos fazer da vacina um burro de carga para interesses políticos”, exortou o Presidente brasileiro, frisando que ninguém pode “ser ameaçado de perder direitos ou ser demitido por não se vacinar, porque a liberdade não tem preço.”
Embora a pandemia venha perdendo espaço com o avanço do processo de vacinação, o Brasil continua sendo um dos países mais afetados pelo novo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com cerca de 615 mil mortes e 22 milhões de infeções.
A covid-19 provocou pelo menos 5.223.072 mortes em todo o mundo, entre mais de 262,93 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul, tendo sido identificados, até ao momento, 19 casos em Portugal.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (2) cinco casos da variante Ômicron no Brasil – três em São Paulo e dois no Distrito Federal. São quatro homens e uma mulher, todos vacinados contra a covid-19. Eles estão isolados e pelo menos um apresenta sintomas leves. A maioria está assintomática.
De acordo com a pasta, há ainda oito casos da variante em investigação no país, sendo um em Minas Gerais, um no Rio de Janeiro e seis no Distrito Federal.
“Hoje, temos uma situação sanitária bem mais equilibrada, mas lidamos com a imprevisibilidade biológica desse vírus, que sofre mutações. A vigilância em saúde está atenta e atuante pra que essas variantes sejam identificadas e pra que se avalie o potencial dessa variante complicar o cenário pandêmico”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga a EBC.