Da Redação
Com agencias
O Presidente do Brasil assegurou que irá dar a Espanha a “imediata colaboração” para esclarecer as circunstâncias da detenção em Sevilha, por narcotráfico, de um militar que o acompanhava na viagem à cimeira do G20 no Japão.
“Pedi ao ministro da Defesa a sua imediata colaboração com a polícia espanhola, na pronta elucidação dos fatos, cooperando em todas as fases da investigação, bem como instauração de um inquérito Policial-Militar”, disse Jair Bolsonaro numa mensagem que publicou na rede social Twitter.
A polícia espanhola deteve na terça-feira no aeroporto de Sevilha um militar brasileiro membro da comitiva à cimeira do G20 no Japão do presidente do Brasil, depois de apreender 39 quilos de cocaína na sua bagagem.
Fonte da Guarda Civil (correspondente à GNR portuguesa) disse à agência Lusa que a droga foi intercetada num controlo feito à bagagem de um militar brasileiro de 39 anos que pertence a uma equipa avançada da comitiva que acompanha o presidente brasileiro.
“As Forças Armadas [brasileiras] têm um contingente de cerca de 300.000 homens e mulheres formados nos mais íntegros princípios da ética e moralidade”, acrescentou Bolsonaro na sua mensagem.
O militar em causa está detido no aeroporto de Sevilha e aguarda ser ouvido por um juiz, o que deve acontecer nas 72 horas que seguem a detenção.
Segundo a imprensa brasileira, a detenção levou o Governo brasileiro a mudar para Lisboa a escala do avião do Presidente, que deveria ser feita também em Sevilha.
– Escala em Portugal, rumo ao Japão. Base Aérea Figo Maduro. pic.twitter.com/Lnb0PPgfJ3
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 26, 2019
O Presidente brasileiro participa em Osaka, no Japão, em 28 e 29 de junho, num reunião do G20 (abreviatura para grupo dos 20), as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, os principais desafios a serem debatidos nessa cúpula são comércio internacional; tensões comerciais que afetam o crescimento e investimento por conta das incertezas; e o unilateralismo e multilateralismo versus protecionismo.
Os temas permanentes do grupo – estabilidade financeira e econômica, energia e desigualdade social – também farão parte das discussões.
O porta-voz destacou que o Brasil vai defender a reforma da Organização Mundial do Comércio para tornar o comércio internacional mais equilibrado. O país também é contra tornar mais restritas as regras para subsídios industriais.
“O Brasil negocia qualquer tema, mas se tornarem mais restritas as regras para subsídios industriais, o Brasil vai propor regras para subsídios agrícolas”, disse, explicando que o tema ainda não está em discussão, mas que é direito do governo brasileiro colocar as suas intenções.
“Eventualmente, se tivermos que enfrentar decisões de tratativa advindas de outros países, nós vamos ter que usar as ferramentas diplomáticas e comerciais que são naturais nesses tipos de negociação”, explicou Rêgo Barros.
Alguns temas específicos propostos pela presidência japonesa também serão discutidos durante a cúpula, como lixo plástico no mar; envelhecimento e encolhimento populacional; sociedade 5.0; infraestrutura com equilíbrio econômico e sustentabilidade ambiental; fluxo de dados; inteligência artificial; e políticas anticorrupção.