Da Redação
Com EBC
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira (28), ao abrir a reunião informal do Brics, grupo de países que reúne Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul, no Centro de Convenções Intex, em Osaka, no Japão, que o seu governo trabalhará ativamente para o fortalecimento do Brics. “Contem com o empenho de nosso governo para que a cooperação entre nós se fortaleça sempre mais”.
Bolsonaro destacou, como exemplo desse cooperação, a criação do Novo Banco de Desenvolvimento. “Menciono, como exemplo bem-sucedido da cooperação no Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento. Aproximá-lo do setor privado e garantir que atenda às necessidades de financiamento em infraestrutura é prioridade para nosso governo”.
O presidente brasileiro disse ainda que a união dos líderes do grupo é importante para colaborar na busca de soluções de conflitos internacionais. Segundo ele, desde a crise financeira de 2008, o Brics tem apontado o papel relevante das grandes potências emergentes para a estabilidade e a prosperidade da economia mundial.
Bolsonaro ressaltou que, no seu governo, o Brasil reafirmou o apoio ao sistema multilateral de comércio por entender que ele é importante para o desenvolvimento da economia mundial. “A persistência de correntes protecionistas e de práticas econômicas desleais é fonte de tensões comerciais e põe em risco a estabilidade das regras internacionais de comércio. Em meu governo, o Brasil reafirmou seu apoio ao sistema multilateral de comércio, por ter certeza de que o dinamismo da economia mundial depende dele”.
Em seu discurso, o presidente brasileiro destacou o posicionamento do Brasil de continuar colaborando para a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Estamos plenamente dispostos a seguir colaborando para a reforma da Organização Mundial do Comércio e para a construção de uma agenda negociadora equilibrada. A redução das medidas distorcivas do comércio agrícola segue sendo uma prioridade e uma tarefa de grande urgência para os países em desenvolvimento”.
Declaração conjunta
Após a reunião, os líderes do Brics divulgaram uma declaração conjunta, na qual manifestaram o posicionamento do grupo em que reconhece, entre outros temas, que a inovação é uma força motriz essencial do desenvolvimento e reafirmaram comprometimento em maximizar os benefícios da digitalização e das tecnologias emergentes, inclusive para as populações de áreas rurais e remotas. “Encorajamos esforços conjuntos para compartilhar boas práticas de redução da pobreza por meio da internet, bem como de transformação digital do setor industrial”, diz o comunicado.
O Brics ressalta também a importância de uma reforma da OMC para enfrentar os desafios que a entidade terá pela frente. “Trabalharemos de forma construtiva com todos os membros da OMC sobre a necessária reforma da organização, com vistas a melhor enfrentar os desafios atuais e futuros no comércio internacional, aumentando assim sua relevância e eficácia. A reforma deve, inter alia, preservar a centralidade, os valores centrais e os princípios fundamentais da OMC, e considerar os interesses de todos os membros, inclusive os países em desenvolvimento e os países de menor desenvolvimento relativo (PMDRs). É imperativo que a agenda de negociações da OMC seja equilibrada e discutida de maneira aberta, transparente e inclusiva”.
Pela terceira vez, o Brasil vai sediar uma Cúpula do Brics, que está confirmada para 13 e 14 de novembro, em Brasília. Líderes e chanceleres dos cinco países participam do encontro. Em 2010, a reunião ocorreu em Brasília e, em 2014, em Fortaleza.
Sob a presidência rotativa do Brasil, as prioridades do Brics se concentram em acordos de cooperação em ciência, tecnologia e inovação, incentivos para a economia digital, combate aos ilícitos transnacionais e financiamentos para atividades produtivas.
No Japão, o presidente Bolsonaro já teve reuniões com o presidente norte-americano Donald Trump, com o Secretário-Geral da OCDE, Sr. José Ángel Gurría Treviño, com o Presidente do Banco Mundial, David Malpass. “Nosso Governo tem interesse em seu apoio ao setor produtivo e em maior atuação sua no financiamento de infraestrutura no Brasil” declarou o presidente nas redes sociais.
Após o encontro com o Presidente da Espanha, Pedro Sánchez, Bolsonaro disse que o agradeceu “pelo modo como as autoridades espanholas estão lidando com o caso dos entorpecentes apreendidos em avião da FAB e reafirmei minha defesa por punição severa para o tráfico”.
Bolsonaro também se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron. Os dois conversaram durante cerca de 30 minutos sobre temas como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o Acordo de Paris, meio ambiente e temas referentes à fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.
O presidente Bolsonaro convidou Macron para visitar o Brasil, em especial a Região Amazônica. “A fim de que essa visita possa colaborar para uma narrativa verdadeira a respeito do esforço que o presidente Bolsonaro vem realizando junto com o governo para que o meio ambiente seja preservado no nosso país, como sempre foi, mas também termos a possibilidade de agregarmos a esse processo de preservação o desenvolvimento socioeconômico”, disse Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência.
Na reunião com o Presidente @realDonaldTrump, retomamos assuntos tratados na visita a Washington e introduzimos a idéia de um acordo de livre comércio para fortalecer ainda mais nossa parceria econômica. Trabalhando juntos, Brasil e EUA podem ter impacto muito positivo no mundo. pic.twitter.com/lJoeKXrqTv
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 28, 2019