Bolsonaro diz que documentário brasileiro nomeado para o Óscar é ficção

Da Redação
Com Lusa

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, considerou uma obra de “ficção” o filme “Democracia em Vertigem”, que retrata o processo de destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff, nomeado entre os finalistas da categoria melhor documentário para o Óscar 2020.

“É ficção (…) Para quem gosta de comida para abutres, é um bom filme”, disse Bolsonaro a jornalistas e apoiantes que o aguardavam em frente ao Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília.

O documentário da diretora brasileira Petra Costa conta de um ponto de vista pessoal, apoiante do Partido dos Trabalhadores, a destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff (2011-2016) e a eleição de Bolsonaro. O filme está disponível na Netflix desde junho passado.

Quando questionado por um repórter se havia visto o documentário, Bolsonaro confessou que não viu o filme e questionou: “Por que eu perderia o meu tempo com um trabalho tão porco?”.

Já a cineasta Petra Costa escreveu nas redes sociais, na segunda-feira, que o seu filme é relevante “num momento em que a extrema-direita está se espalhando como uma epidemia”.

“Esperamos que este filme possa nos ajudar a entender o quão crucial é proteger as nossas democracias”, afirmou a realizadora no Twitter, após o anúncio da nomeação do documentário, que provocou reações divergentes no Brasil.

O secretário especial de Cultura do Governo, Roberto Alvim, declarou ao jornal Folha de S. Paulo que “se estivesse numa categoria de ficção, a indicação estaria correta”.

Também o ministro de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, publicou sobre o assunto. “Que orgulho ver um filme nacional indicado para o Oscar, em 3 categorias: terror, comédia e ficção. A estrela da farsa levou o Brasil, em cinco anos, ao fundo do poço. Deu uma aula de gestão desastrosa, incompetência e insolvência financeira. Forte candidata à estatueta” ironizou.

Já a ex-Presidente Dilma Rousseff congratulou-se com a nomeação, afirmando numa nota que o filme denuncia ao mundo o golpe do qual ela considera ter sido vítima.

Atualmente, o cinema brasileiro está em ascensão: no festival de Cannes em 2019 o filme “Bacurau” ganhou o prêmio do júri, enquanto “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” ganhou o prêmio na categoria Um Certo Olhar.

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