Da Redação
Com Agencias
A bolsa brasileira está nesta segunda-feira a subir mais de 6% em relação a sexta-feira, na primeira sessão após as eleições presidenciais de domingo, que ditaram que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) vai disputar a segunda volta com Fernando Haddad (PT).
Pelas 14:30 (hora de Lisboa), o principal índice bolsista brasileiro, o Ibovespa, ganhava 6,01%, para 87.267,08 pontos, face a sexta-feira, a maior subida em dois anos.
Na sexta-feira, o Ibovespa recuou 0,76% em comparação com a sessão anterior, embora tenha acumulado um ganho de 3,75% durante a semana.
Os candidatos Jair Bolsonaro do Partido Social Liberal (PSL) e Fernando Haddad do Partido dos Trabalhadores (PT) vão defrontar-se na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras em 28 deste mês, depois de terem alcançado na primeira volta 46,03% e 29,28% do total dos votos, respetivamente.
No terceiro lugar ficou Ciro Gomes Partido Democrático Trabalhista (PDT) com 12% dos votos válidos.
Jair Bolsonaro é o candidato da extrema-direita brasileira, enquanto Fernando Haddad, de esquerda, substituiu o ex-presidente brasileiro Lula da Silva na liderança da candidatura do PT, por este estar preso por corrupção.
Internacional
O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil é destaque nos principais jornais do mundo. Em manchetes que ocuparam espaços privilegiados nas primeiras páginas, a imprensa internacional ressaltou a surpresa com a conquista de Jair Bolsonaro (PSL), que obteve quase metade dos votos entre os eleitores.
O jornal português Diário de Notícias mostra um “Brasil partido ao meio” e destaca que faltou pouco para o candidato Jair Bolsonaro vencer em primeiro turno. O jornal Público também estampou que o Brasil deixou Bolsonaro com um pé na presidência.
Mais crítico, o francês Le Monde descreve a conquista da maior parte dos votos pelo candidato “nostálgico da ditadura militar, às vezes rude, racista ou homofóbico”.
Lembra, ainda, o momento em que os holofotes da política se viraram para Bolsonaro, durante a sessão no Congresso, em abril de 2016, quando, ao votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT) ,dedicou sua escolha “em memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra”, acusado de ser um dos torturadores da ditadura militar.
O El País, da Espanha, reservou o maior espaço ao assunto entre todas as publicações, classificando o resultado como uma “onda conservadora que tomou o país e garantiu ampla vantagem a Bolsonaro no segundo turno para se tornar o próximo presidente do Brasil.”
A publicação ressalta a polarização aguda entre os presidenciáveis, comparando com “água e óleo” e considera o pleito como uma das eleições mais emocionantes da história democrática.
Barricada
O jornal espanhol também traz manchetes com o posicionamento da região Nordeste, “a barricada do PT” e as perdas do partido de esquerda como a derrota de Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais. Os tucanos também aparecem nas matérias do El País, que destaca derrotas como no comando do estado de Mato Grosso e a luta por votos que o PSDB ainda espera conquistar em seis estados.
O inglês The Times mostrou que “o Brasil chegou perto de eleger um presidente de extrema direita” revelando uma onda de apoio ao populista, considerado a resposta da América Latina a Donald Trump”.
Também da Inglaterra, o The Guardian lembra que Bolsonaro venceu em número de votos, mas não teve ainda a vitória e comparou a campanha “improvável e eletrizante do candidato de extrema-direita a “qualquer telenovela brasileira”.
O italiano L`Opinione e, na Alemanha, a Deutsche Welle (DW), lembraram que o Brasil terá que definir o futuro presidente em um segundo turno e destacaram os percentuais de votos dos dois presidenciáveis.
O mesmo destaque foi dado pelo China Daily, do outro lado do mundo.