Da Redação
Com Lusa
A confecção e história do Bolo de Mel, uma iguaria da doçaria tradicional madeirense, será divulgada a partir de terça-feira, no Museu Etnográfico da Madeira, na Ribeira Brava.
A mostra, que integra painéis explicativos sobre a origem deste bolo, está inserida no projeto semestral do museu intitulado ‘Acesso às Coleções em Reserva’.
O objetivo é “proporcionar uma maior rotatividade das coleções do museu que não se encontram expostas ao público”, disse a diretora do Museu Etnográfico da Madeira, Lídia Góes Ferreira.
A responsável contou à agência Lusa que o museu, situado na Ribeira Brava, zona oeste da ilha, quis dar a conhecer a tradição, através da revelação da história das iguarias mais conhecidas da região, estando a decorrer desde fevereiro uma outra mostra da confecção do bolo do caco naquele espaço até ao próximo domingo.
A iniciativa para divulgar o bolo de mel decorre nos próximos seis meses.
Este bolo é uma iguaria típica da doçaria do arquipélago da Madeira, conhecido pela sua forma cilíndrica e espalmada. É doce devido ao ingrediente principal – mel de cana-de-açúcar — uma cultura produzida na ilha — ao qual é adicionado um conjunto de especiarias.
Segundo uma informação divulgada pelo Museu Etnográfico, “o bolo de mel tem origem numa receita do convento franciscano masculino de Monchique, no Algarve, cruzando os ensinamentos culinários de Portugal com o árabe-berbere” (população do norte de África).
A diretora da instituição considera que estas “exposições são sempre motivo de grande interesse por parte dos visitantes, sobretudo dos mais novos, que muitas vezes não têm noção de como se fazem, neste caso, os bolos de mel” ou “nada conhecem sobre a história destas tradições gastronômicas” pertencentes ao patrimônio cultural imaterial da ilha.
O Museu Etnográfico da Madeira, tutelado pela Direção Regional da Cultura, foi inaugurado em 1996 e ocupa um edifício do século XVII, que era a casa solarenga de gente rica, tendo sido, no século XIX, transformada em unidade industrial, com a instalação de um engenho de cana-de-açúcar e dois moinhos para cereais.
A responsável afirmou, que o museu recebeu no primeiro semestre deste ano, cerca de 14 mil visitantes, e que, em 2015, passaram por aquele núcleo “pouco mais de 17 mil pessoas, o que significa que este ano já se nota um acréscimo na procura deste espaço” sendo “o segundo mais visitado da Região”.
“Ao contrário do que acontece com a maioria dos restantes museus tutelados pela Região, em que dois terços dos visitantes são estrangeiros, no Museu Etnográfico da Madeira apenas um terço das pessoas que por ali passam não são portugueses (residentes ou turistas nacionais)”, apontou.
Lídia Góes Ferreira anunciou que depois da mostra da confecção do bolo de mel (fevereiro 2017) “haverá novidades”, sem querer adiantar pormenores.
A responsável indicou que, até novembro, decorre um projeto mensal, que consiste na divulgação de diferentes temas do patrimônio cultural material e imaterial da ilha da Madeira, que funciona sobretudo através da rede social da instituição.
Também estão programadas mostras temporárias sobre a “Interpretação museológica da Antiga Fábrica de Aguardentes da Ribeira Brava”, “Patrimônio Material e Imaterial da Cultura Popular Madeirense” e o “Patrimônio Material e Imaterial da Cultura Popular Madeirense”.