Mundo Lusíada
Com agencias
O bispo de Leiria-Fátima disse neste 12 de agosto que a Igreja Católica está disponível para acolher, nas suas instalações, refugiados que cheguem a Portugal, lembrando a situação que ocorreu quando milhares de retornados saíram das antigas colônias.
“Penso que a Igreja estará aberta para isso e fará todo o esforço”, declarou António Marto, em Fátima, no distrito de Santarém, na conferência de imprensa da peregrinação dos migrantes ao santuário, que começou nesta quarta-feira.
Na ocasião, o bispo lembrou o “tempo dos regressados de África”, em que se abriram “seminários, casas que acolheram refugiados durante muito tempo, até poderem sistematizar a sua vida”.
No final de julho, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que Portugal deverá acolher 1.400 refugiados, concentrados na Grécia e no sul de Itália.
Milhares são esperados para a peregrinação dos migrantes ao Santuário de Fátima, presidida pelo bispo das Forças Armadas e de Segurança, Manuel Linda. Entre 12 e 13 de agosto, a peregrinação faz parte da 43ª Semana Nacional de Migrações, que se iniciou no domingo, prolongando-se até dia 16, este ano sob o lema “Igreja sem fronteiras, somos um só corpo”.
Ainda, o Museu do Santuário assinala na quinta-feira 60 anos e oferece, nesse dia, entradas gratuitas à exposição “Fátima Luz e Paz” e na Casa-Museu de Aljustrel.
Fátima na Síria
Uma das imagens peregrinas da Virgem de Fátima vai visitar Damasco, a capital da Síria, em setembro, anunciou ainda o reitor do santuário durante a conferência de imprensa.
Segundo o padre Carlos Cabecinhas, trata-se de um “pedido do patriarca Melquita Greco-Católico de Antioquia e de todo o Oriente, de Alexandria e de Jerusalém”, Gregório III, que solicitou a visita da imagem peregrina ao país “martirizado por um conflito que dura há mais de quatro anos”.
Na ocasião, o sacerdote adiantou que a imagem vai estar em Damasco de 07 a 09 de setembro, e referiu que o patriarca pede para que não se esqueça os cristãos sírios na oração, “conforme os repetidos apelos do papa Francisco”.
Já o bispo de Leiria-Fátima pediu uma “particular atenção aos cristãos perseguidos pela intolerância e pelo fanatismo fundamentalistas”. “É a resposta a um apelo aflitivo dos bispos dessas regiões, quer no Médio Oriente, quer até na Ásia, que estão a assistir ao extermínio de comunidades cristãs e pedem, aflitivamente, a proximidade de toda a Igreja aos irmãos perseguidos por não quererem trair a sua fé em Jesus Cristo e a fé no Evangelho”, afirmou António Marto, chamando atenção para “indiferença das instâncias internacionais”.
Mais de 230.618 pessoas, 69.494 das quais civis, morreram desde o início do conflito na Síria, em meados de março de 2011, segundo o balanço divulgado a 09 de junho pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Em abril, numa audição na Assembleia da República, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) anunciou que os cristãos são atualmente o grupo religioso que sofre mais perseguições por causa da fé.
Na semana passada, o papa Francisco denunciou a perseguição “atroz, desumana e inexplicável” que sofrem atualmente os cristãos e as minorias em algumas partes do mundo, exortando a comunidade internacional a intervir face a esta situação.