Biólogo brasileiro avisa que mar “está doente” porque “sociedade está doente”

Da Redação com Lusa

O biólogo e pesquisador brasileiro Alexander Turra disse hoje em Lisboa que “o oceano está doente porque a sociedade está doente”, correlacionando a poluição marinha com a pobreza, que “é uma doença do mundo”.

Alexander Turra, que leciona no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, e falava na Conferência dos Oceanos da ONU em Portugal, numa sessão de debate dedicada à poluição marinha.

Segundo o especialista em sustentabilidade dos oceanos, a poluição marinha será “uma evidência” do “malogro” de todos “enquanto humanidade” se não for combatida em várias frentes, se não se pensar também na pobreza, na desigualdade de distribuição de rendimentos.

Turra exemplificou que muito do lixo marinho produzido no Brasil tem como origem “populações que vivem em habitações que não são dignas, não têm saneamento básico”.

“Temos de deixar de lado a entropia e avançar com empatia na nossa capacidade de partilhar, colaborar de forma equitativa”, apelou, considerando ser “um desafio” ter um “regime de governação que possa atuar em todos os pequenos lugares do mundo”, uma vez que em alguns locais do planeta, sobretudo no hemisfério sul, a ação “é extremamente difícil”.

Para Alexander Turra, o combate ao lixo marinho, quer o provocado por plásticos quer por outras fontes poluentes, exige conhecimento e monitorização científicos, literacia das populações sobre os oceanos, envolvendo-as nas ações, e políticas governativas.

Planos de Emergência em Portugal

Portugal tem vindo a fortalecer os mecanismos de alerta e os planos de emergência para um cenário de tsunami (maremoto) e trabalhado em articulação nos vários patamares – do nacional ao local – para fazer face à eventualidade de ocorrência do fenômeno.

“Ao contrário de muitos outros eventos, um tsunami pode ser antecipado. Podemos ter apenas alguns minutos para agir, mas se todos soubermos o que fazer, muitas vidas podem ser salvas”, disse a Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, durante a Conferência, no evento subordinado ao tema «Alerta Costeiro – Enfrentar os riscos de tsunami: Parcerias e soluções para um oceano seguro e resiliente a tsunamis».

Patrícia Gaspar afirmou que este é um dos fenômenos incluído na Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva 2030, que contemplará um Plano Nacional de Emergência para Risco Sísmico e Tsunami.

“Temos de trabalhar em quatro pilares essenciais: ciência e conhecimento, antecipação, planeamento e informação. E temos de continuar a unir esforços porque, juntos, ao nível local, regional, nacional e internacional, conseguiremos melhores resultados”, disse a Secretária de Estado.

De acordo com a Avaliação Nacional de Risco, Portugal Continental apresenta um alto risco de tsunamis, sendo considerado um fenómeno HILP (High Impact – Low Probability), Alto Impacto – Baixa Probabilidade.

Neste sentido, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tem vindo a mapear o risco sísmico e de tsunami e a trabalhar com os municípios, que também desenvolvem estudos e definem as ações locais.

Foram já desenvolvidos procedimentos de notificação para difundir mensagens de alerta de tsunami às autoridades de proteção civil, de forma a garantir informação atempada à população em áreas potencialmente afetadas. Por outro lado, vários municípios têm vindo a instalar sinais de alerta de tsunami e sirenes em zonas de risco, que serão acionados em caso de alerta de tsunami, complementando o sistema nacional de alerta SMS em vigor.

Para a região do Algarve – uma das principais áreas de risco no nosso País – foi elaborado um Plano Especial de Emergência para Risco Sísmico e Tsunami, que reúne mais de uma centena de entidades. Esses planos de emergência são testados regularmente em exercícios regionais e nacionais.

A Conferência dos Oceanos da ONU 2022 decorre até sexta-feira em Lisboa, é coorganizada por Portugal e Quênia e pretende impulsionar esforços globais de proteção dos oceanos.

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