Da Redação
Com Lusa
O Benfica confirmou, dia 30, a realização de buscas por parte da Polícia Judiciária, sem especificar o local, mas assinalou que a investigação em curso “não tem por objeto” o clube lisboeta, tetracampeão português de futebol.
“O Sport Lisboa e Benfica confirma a realização de buscas no âmbito de uma investigação que não tem por objeto o clube e que se encontra em segredo de justiça”, indica a nota publicada no sítio oficial na Internet.
Por defender que a investigação e as buscas que estão a ser realizadas pela PJ não têm como alvo o clube, o Benfica considera “totalmente especulativas” todas as interpretações que envolvam o seu nome neste processo.
A Polícia Judiciária realiza buscas na SAD do Benfica e na casa do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, no âmbito da operação “Rota do Atlântico”, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Segundo a mesma fonte, a operação inclui cerca de 30 buscas e já resultou em alguns detidos.
O crime central que está a ser investigado é tráfico de influências, a que se juntam outros crimes econômicos conexos.
A Procuradoria-geral da República confirmou pela manhã a existência de buscas em vários locais de Lisboa, no âmbito de uma certidão extraída da Operação Rota do Atlântico, que alargou em 2016 a investigação ao juiz Rui Rangel.
Acusados
Os juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante foram constituídos arguidos no âmbito da operação ‘Lex’ e vão ser inquiridos no Supremo Tribunal de Justiça.
A PJ deteve nesta terça-feira cinco pessoas e constituiu vários arguidos numa operação a nível nacional para confirmar a eventual prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem, branqueamento, tráfico de influências e fraude fiscal qualificada.
Esta operação, denominada “Lex”, foi realizada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e decorreu no âmbito de um inquérito que corre termos no Supremo Tribunal de Justiça, coadjuvado pelo Departamento Central Investigação e Ação Penal.
Em comunicado, a Polícia Judiciária adianta que durante a operação foram realizadas trinta e três buscas, sendo vinte domiciliárias, três a escritórios de advogados, sete a empresas e três a postos de trabalho.
Além do Benfica, buscas realizadas incluíam a casa e o gabinete do juiz desembargador do Tribunal de Relação de Lisboa Rui Rangel, a casa do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, assim como residências da ex-mulher de Rui Rangel, a juíza Fátima Galante, do advogado José Sousa Martins e do seu filho.
No comunicado, a PJ refere que entre os detidos (quatro homens e uma mulher) estão dois advogados e um oficial de justiça, e constituídos vários arguidos.
Rui Rangel e Fátima Galante terão se ser ouvidos no Supremo Tribunal de Justiça por serem juízes desembargadores.