Barragem irrita população em Armamar

A população de Lumiares, na freguesia de S. Martinho das Chãs, em Armamar, está revoltada com o atraso no encerramento das comportas da barragem situada naquela localidade. De acordo com os populares, que ameaçam fechar, novamente, as comportas daquela estrutura, a situação é “intolerável”. Por seu turno, a Direção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes (DRATM) promete para breve o início das atividades da barragem. 

 

Ígor Lopes, de Portugal Depois de um jogo de empurra entre vários organismos, como o LNEC, INAG e DRATM, a população de Lumiares diz-se “farta” de promessas e de datas para o fecho da barragem. Segundo esses populares, são já quase três anos de indecisão, desde o término das obras daquela estrutura, que podem prejudicar seriamente a agricultura no concelho.

Esta infra-estrutura foi já alvo de algumas vistorias que apontaram algumas incorreções. Entretanto, foi feito um adendo ao orçamento inicial da obra, com vista a instalação de sensores responsáveis pela monitorização da segurança da albufeira. Mas, neste momento, os residentes naquela localidade prometem fechar a barragem com as suas próprias mãos, caso a barragem não seja encerrada. A falta de informação torna-se, assim, um dos pontos negativos nesta situação.

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de S. Martinho das Chãs, Sérgio da Silva, um dos problemas agora é a falta de argumentos que convença a população. “Já não tenho mais como para explicar o atraso do encerramento das comportas da barragem. Além disso, tenho poucas informações sobre o verdadeiro ponto da situação da barragem. Inclusive, as pessoas da freguesia estão revoltadas e pensam em fechar, elas próprias, a barragem.

Como membro da autarquia tenho que zelar pelo bom senso, mas está a chegar a um ponto que está a saturar, pois as pessoas estão indignadas. Já houve uma tentativa de fecho sem qualquer prejuízo para a estrutura. Eu tento conversar com o povo para que tenham calma. Mas eles querem fechar novamente”.

“Estive na Direção Regional acerca de dois meses. Durante esse encontro, o diretor prometeu-me que iria fechar a barragem o mais breve possível. Mas já estamos em Maio e a barragem ainda não está fechada”, conta este responsável.

“Depois de vermos que a obra já está feita, já lá vão três anos, as pessoas estão indignadas, pois ficaram sem as suas terras. E por incrível que pareça, continuam a pagar contribuição autárquica dessas terras que já não lhes pertencem”, denuncia.

Por seu turno, o presidente da Associação de Fruticultores de Armamar, José Osório, garante ter recebido indicação por parte da Direção Regional de que o fecho da barragem será feito, somente, no próximo período de chuvas, ou seja, a partir de Outubro. “Um dos responsáveis pela Direção Regional contou-me que houve uma alteração orçamental no projeto da barragem, em virtude da necessidade de serem instalados Planos de Observação, que são alguns sensores usados para monitorar a segurança da barragem”, esclarece José Osório.

Para este responsável, a situação causa grande “apreensão” por parte da Associação, já que, com a falta de água, “a produção agrícola do concelho pode ser seriamente afetada”. “Mesmo assim, penso que a atitude da população deve ser contida.

Através da força, vamos conseguir somente fazer com que o processo se atrase ainda mais”, refere José Osório, que reclama, também, de falta de informação. “Um dos grandes problemas é que não temos qualquer tipo de informação da Direção Regional. Nós é que temos que procurar esclarecimentos em relação a esta matéria, senão, nunca saberíamos nada”, frisa.

 

DRATM mantém fecho para breve

Contatada pelo LH, a Direção Regional de Agricultura informou que vai proceder, “brevemente, ao fecho do orifício existente na torre de tomada de água”, já que, segundo esta entidade, essa medida não foi tomada durante a execução da obra, “dada a necessidade de manter a captação de água de abastecimento à Vila de Armamar”.

 

A DRATM disse ainda estar a aguardar “a aprovação dos Planos de Observação e 1º enchimento pelo Instituto da Água (INAG), enviado ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) em 25/01/2006, para de imediato concluirmos os procedimentos para a instalação do referido plano”, após todo esse trâmite, “o INAG fará uma visita prévia à obra para autorizar o início do enchimento da albufeira”.

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