Banqueiro Daniel Dantas é condenado a dez anos de prisão por tentativa de suborno

Dantas é acusado de tentar subornar um delegado da Polícia Federal para ter seu nome excluído das investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Da Redação Portugal Digital

O banqueiro brasileiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, foi condenado em 2 de dezembro a dez anos de prisão por corrupção ativa, em sentença assinada pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. Dantas é acusado de tentar subornar um delegado da Polícia Federal para ter seu nome excluído das investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Foram condenados ainda o consultor Hugo Chicaroni e o assessor de Dantas, Humberto Braz, ambos a sete anos de prisão, por terem cumprido o papel de intermediários na oferta de suborno. Eles teriam oferecido ao delegado da PF Victor Hugo Rodrigues Alves US$ 1 milhão para excluir o nome de Dantas da investigação. Todos os condenados podem recorrer da decisão em liberdade, uma vez que o juiz não expediu mandado de prisão contra eles.

De Sanctis destacou a conduta “ética” que pautou o trabalho de investigação dos policiais e do Ministério Público na coleta das provas que permitiram a condenação do banqueiro.

“Perseguiram e honraram os cargos que ocupam não se deixando seduzir por sentimento de poder que transforma o ser em coisa. Adequaram-se à boa natureza, à ordem natural das coisas.”

O juiz também rechaçou argumentos da defesa de Dantas, para quem o delegado Protógenes Queiroz (que chefiava a Operação Satiagraha) teria forjado um flagrante ao constatar que a investigação de crimes financeiros não resultaria em provas contra o acusado.

“Restou claro o interesse direto de Daniel Valente Dantas, já que toda orquestração dos co-réus objetivou a sua exclusão, ou ainda de sua irmã, Verônica Valente Dantas, e de um outro familiar, de investigação policial levada a efeito perante a Polícia Federal no Estado de São Paulo para apuração de crimes econômicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, assinalou De Sanctis.

“A intermediação de Hugo Sérgio Chicaroni evitou qualquer contato direto entre Daniel Valente Dantas e as autoridades policiais, numa clara demonstração de que este acusado cercava-se de todos os cuidados para evitar sua vinculação a qualquer ato ilícito”, acrescentou.

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