Da Redação
O Banif considera “natural” que haja movimentações bruscas nas ações face ao processo que o banco está a atravessar, disse à Lusa fonte oficial da entidade financeira, no dia em que os títulos registraram elevado volume de negociação e renovaram um novo mínimo histórico.
“É natural que haja especulação face ao processo em curso e que haja a atenção do regulador”, disse fonte oficial do banco liderado por Jorge Tomé, que registrou uma queda em bolsa de 18,75% para 0,0013 euros por ação (0,13 cêntimos), numa sessão em que foram negociados mais de 800 milhões de títulos.
O Banif foi intervencionado pelo Estado no final de 2012, tendo recebido 1.100 milhões de euros de dinheiro público – 700 milhões de euros através de um aumento de capital e 400 milhões em capital contingente (a designadas CoCos), tendo já reembolsado 275 milhões destes instrumentos -, o que motivou uma investigação em curso na Comissão Europeia para verificar se a ajuda ao banco cumpriu as regras sobre auxílios estatais.
A equipe liderada por Jorge Tomé tenta vender a participação estatal, que é atualmente de cerca de 60%, a um investidor privado num esforço – segundo a imprensa – para evitar que Bruxelas considere incompatível a ajuda pública.
O Jornal de Negócios noticiou ainda que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “tem monitorado de forma reforçada” a negociação do Banif, adiantou fonte oficial da instituição ao jornal. O regulador está, deste modo, a “acompanhar com muita proximidade e detalhe” o Banif, que se tem destacado com movimentos muito bruscos no mercado.
Numa entrevista à Antena 1 e Diário Económico, no último fim de semana, e foi publicada na edição de segunda-feira do jornal econômico, o presidente do Conselho de Administração do Banif, Luís Amado, defendeu que “proteger o Banif é proteger o dinheiro dos contribuintes que nele foi aplicado”.
O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, estava nesta quinta-feira em baixa, com o Banif a manter a liderança das perdas, a cair 7,69% para 0,0012 euros.
Cerca das 8:55 em Lisboa, o PSI20, que inclui 18 empresas, estava a descer 0,23% para 5.156,34 pontos, com 11 ‘papéis’ a desvalorizarem-se, seis a subirem e um estável.
Além dos títulos do Banif, os da Impresa e da Jerónimo Martins eram os que mais se estavam a desvalorizar, designadamente a perder 2,32% para 0,464 euros e 1,26% para 12,13 euros.
No outro extremo, as ações da Mota-Engil eram, de novo, as que mais estavam a subir, 1,05% para 1,925 euros. Na Europa, as principais bolsas estavam hoje de manhã em baixa, com os preços do petróleo a continuarem a cair e o euro a subir.