Da Redação
A Universidade do Estado da Bahia dá início, em 13 de abril, à Cátedra Fidelino de Figueiredo, a primeira na área da literatura e cultura portuguesas no Nordeste.
A solenidade de inauguração, que aconteceu no Teatro UNEB, no Campus I da instituição, em Salvador, reuniu integrantes da administração central da universidade, o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Telles, presidentes de cátedras brasileiras da área de literatura de língua portuguesa, embaixadores e cônsules de países de língua portuguesa, autoridades locais, além de professores e estudantes.
Durante o evento, esteve previsto uma conferência proferida por Cleonice Berardinelli, que ocupa a cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras (ABL) e é considerada a maior especialista brasileira em literatura portuguesa.
A cátedra, que foi proposta pela professora do Campus VI da UNEB, em Caetité, Rita Aparecida Santos e aprovada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (CICL), tem como objetivo oportunizar um espaço para desenvolvimento de pesquisas e formação dos professores na área da literatura.
“As nossas propostas visam, sobretudo, contribuir para a vida social e cultural através do ensino, da pesquisa e da formação literária. Para isso, precisamos contar com a integração entre vários agentes e instituições de modo a tornar possível a articulação entre comunidades, pesquisadores e agentes em rede de atuação conjunta, para oportunizar trocas que fortaleçam e estimulem a continuidade das ações que almejamos desenvolver”, explica Rita.
Entre as missões do CICL estão assegurar a presença de leitores de português nas universidades estrangeiras e gerir a rede de ensino da língua portuguesa no estrangeiro.
Após a inauguração, será formado um comitê gestor, que será presidido por Rita, com pesquisadores das quatro universidades estaduais baianas.
Entre as linhas de pesquisa definidas para a nova cátedra estão o estudo do acervo de Fidelino de Figueiredo, além de temas relacionados com a cultura e a literatura Ibero-afro-brasileira, — que terá discutirá a diversidade cultural e literária dos países de língua portuguesa.
Vida e Obra do lisboeta Fidelino Figueiredo
O autor lisboeta Fidelino de Sousa Figueiredo (1888 – 1967) foi professor, escritor, historiador e crítico literário. Desempenhando funções no Ministério da Educação português, dirigiu a Biblioteca Nacional de Lisboa. Como professor universitário, ele morou durante cerca de 15 anos no Brasil.
Membro de vários institutos e academias reconhecidos internacionalmente, Fidelino também foi redator em publicações como El Debate (Madri), O Jornal (Rio de Janeiro), além do Land and Freedom (Estados Unidos).
Durante sua trajetória acadêmica, o escritor português especializou-se na área de história e crítica literária, publicando obras sobre a história da literatura portuguesa.
Exposição marca revitalização da Casa Fernando Pessoa
Primeira ação da cátedra, a exposição Pintando Fernando Pessoa, da artista plástica mineira Lélia Duarte, acontece na noite de 13 de junho, no Gabinete Português de Leitura, localizado na Praça da Piedade, centro antigo de Salvador.
A iniciativa objetiva comemorar os 125 anos de nascimento do poeta português Fernando Pessoa. A ideia, de acordo com Rita Aparecida Santos, é auxiliar na revitalização da Casa Fernando Pessoa, fundada em 1994 e que funciona no mesmo local.
“É muito importante que a comunidade unebiana participe da inauguração da cátedra e da exposição sobre Fernando Pessoa pois é um momento importante para todos nós. Não temos a tradição de ter cátedras na região Nordeste”, conclui a pesquisadora, lembrando que as duas ações integram as comemorações pelos 30 anos de fundação da UNEB.
Outras iniciativas da cátedra estão previstas para o segundo semestre deste ano, como a realização de colóquios, simpósios e encontros com escritores.
A nova cátedra coordenada pela UNEB foi acordada, no último mês de fevereiro, durante reunião realizada pelo reitor da instituição, Lourisvaldo Valentim, com o embaixador de Portugal, Francisco Telles, e o cônsul-geral português, José Lomba, na sala nobre da Reitoria, no Campus I da universidade, em Salvador.