Da redação com Lusa
“Bahia For Évora” é o título da exposição internacional que abriu neste sábado no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo (MNFMC), em Évora, com desenhos de nove artistas, oito deles brasileiros e um português.
A mostra poder ser visitada até 05 de outubro e é uma coprodução do coletivo de criação Invencionarium – Oficina do Espírito e da Câmara de Évora, com o apoio da Direção Regional de Cultura do Alentejo.
No total, estão expostas 36 obras, de desenho com técnicas mistas, dos artistas brasileiros, da Bahia, Almandrade, Bel Borba, Caetano Dias, Florival Oliveira, Guache Marques, Sergio Rabinovitz, Vauluizo Bezerra e Zivé Giudice (que é também o curador), assim como do português Feliciano de Mira.
Com esta iniciativa, Évora, que é candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027, “afirma-se na multiculturalidade e na proposta de visão poliédrica que recusa dogmatismos e caminhos únicos”, afirma o presidente do município, Carlos Pinto de Sá, no catálogo da exposição.
Já a diretora do MNFMC, Sandra Leandro, no mesmo catálogo, lembra que “a arte é uma linguagem universal” e que “pode ter origem num espaço e manifestá-lo, mas não tem fronteiras além da qualidade do que se cria”.
Também Juca Ferreira, antigo ministro da Cultura do Brasil, realça que esta é “uma iniciativa que estimula o intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal, em particular Salvador/Évora”.
“Trata-se de uma exposição que transita por linguagens múltiplas inseridas na contemporaneidade”, indica, num texto no catálogo.
Os baianos, apesar da singularidade de cada artista, “têm a característica comum de terem iniciado suas atividades artísticas nos anos de 1970 e 1980, responsáveis pela transformação das artes visuais na Bahia estagnadas nas demandas da década anterior”, assinala.
“Na Bahia, os artistas surgidos na década de 70 são os pioneiros na renovação na visualidade e agora retomam o contacto cultural entre dois países em continentes separados pelo Atlântico”, diz.
Já o português Feliciano de Mira “também faz parte desta geração em Portugal, critério que foi levado em conta pela curadoria para nortear e manter uma coerência e firmar intercâmbios mais duradouros”, acrescenta o ex-ministro.
“Que esta iniciativa seja a primeira de outras possíveis porque é através da cultura que vamos conquistar horizontes e um ambiente marcado pela cidadania, principalmente entre dois países que falam a mesma língua”, escreve Juca Ferreira.
Esta exposição está integrada na 2.ª edição do festival EV.EX – Évora Experimental 2021, que arrancou a 22 de agosto e se prolonga até 30 de outubro.
O certame, com oito ações culturais, está focado “na poesia textual, poesia visual e poesia sonora e nas possibilidades de pesquisa e criação artística fruto do cruzamento entre aqueles três campos de trabalho”, disse à Lusa Feliciano de Mira, do coletivo Invencionarium – Oficina do Espírito.