Da Redação
Com Lusa
As autoridades de saúde em Portugal tem “um poder que tem de ser respeitado”, avisou a ministra portuguesa da pasta, notando que apesar da reabertura da economia, a epidemia de covid-19 “tem de continuar a ser contida”.
“Relativamente ao incumprimento de recomendações da Direção-Geral da Saúde, mantêm-se com o contexto próprio de desobediência a uma autoridade. É importante perceber que já havia este recurso específico antes de existir um estado de emergência ou de calamidade. As autoridades de saúde tem um poder de autoridade que tem de ser respeitado”, frisou Marta Temido na conferência de imprensa diária sobre a situação epidemiológica do país.
A ministra avisou que, apesar do fim do estado de emergência e do alívio de algumas medidas, “não se espera que, na segunda-feira, os portugueses saiam à rua” como se não houvesse situação epidêmica que se tem de manter contida.
Marta Temido observou que o Conselho de Ministros optou por determinar o recolhimento domiciliário como um “dever cívico”, em vez de um dever geral, como acontecia durante o estado de emergência.
Para a governante, tal significa que “o apelo do Conselho de Ministros é que as pessoas continuem a abster-se de circular, permanecendo no domicílio exceto para as pequenas deslocações já antes autorizadas”.
Portugal vai terminar no sábado, 02 de maio, o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo anunciou a passagem para situação de calamidade a partir das 00:00 de 03 de maio.
Devido ao fim de semana prolongado, o Governo decretou, entretanto, a proibição de deslocações entre concelhos de 01 a 03 de maio.
Neste sábado, Portugal registra 1.023 mortos associados à covid-19, mais 16 do que na sexta-feira, e 25.190 infectados (mais 203), indica o boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde.
Em comparação com os dados de sexta-feira, em que se registravam 1.007 mortos, teve aumento de óbitos de 1,6%.
Relativamente ao número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus (25.190), os dados da Direção Geral da Saúde (DGS) revelam que há menos 161 casos do que na sexta-feira (24.987), representando uma subida de 0,8%.
Maior proteção
Neste dia 02, a diretora-geral da Saúde advertiu, num momento em que Portugal se prepara para reabrir atividades econômicas, que os riscos de contágio se mantêm e que agora será mais exigente a proteção dos cidadãos.
“Iniciamos agora de forma progressiva, faseada, cautelosa e segura o alívio das medidas de contenção adotadas, reforçando a confiança dos cidadãos no sistema. É necessário garantir a prestação adequada de cuidados de saúde e importa acautelar o recrudescimento da epidemia e suas consequências econômicas e sociais”, disse.
Segundo Graça Freitas, num momento em que diversos setores econômicos se prepararam para retomar a atividade, “o papel de cada cidadão torna-se mais exigente”.
“A transmissão do novo coronavírus não desapareceu, o risco de contágio é uma realidade que as autoridades de saúde, os operadores econômicos e a população não podem ignorar. Mais do que nunca é fundamental que sejam promovidas regras de saúde, higiene e segurança nos locais de trabalho e nos diversos espaços de vida social”, advertiu a diretora-geral da Saúde.
No seu breve discurso, a diretora-geral da Saúde também defendeu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) demonstrou estar à altura “perante um desafio sem precedentes”.
“Foi possível controlar a transmissão comunitária do novo coronavírus à custa das medidas governativas adotadas, da resistência e resiliência do tecido social, do comportamento exemplar dos cidadãos e da dedicação de todos os profissionais de saúde”, sustentou.