Aumento do número de infectados com legionela “está dentro das previsões” diz presidente

Da Redação
Com Lusa

O aumento do número de infectados com a bactéria legionela no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, está de acordo com as previsões das autoridades de saúde, segundo afirmou esta terça-feira o Presidente português.

“Neste momento, aquilo que está a acontecer cabe dentro das previsões que tinham sido estabelecidas”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Vagos.

Segundo revelou esta terça-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS), subiu para 35 o número de casos confirmados de doença dos legionários no Hospital São Francisco Xavier, encontrando-se cinco doentes infectados em unidades de cuidados intensivos.

“Como eu já tinha referido, havia um período de incubação de dez dias [da doença] que não tinha terminado. Aproximava-se do fim, mas não tinha terminado”, referiu o chefe do Estado, lembrando que a DGS referiu em finais de outubro o aparecimento dos primeiros casos do surto de legionela.

Marcelo relembrou que na segunda-feira, em Mira, adiantou que “era expectável que houvesse um aumento do número de infetados, mas que esse número não seria nada de comparável com o conjunto de pessoas que naqueles dias estiveram naquele universo, naquela unidade hospitalar”.

O surto de infecção com a bactéria legionela no hospital São Francisco Xavier provocou duas mortes, um homem de 77 anos e uma mulher de 70 anos. Segundo revelou esta terça-feira a DGS, o número de casos confirmados com a doença dos legionários no Hospital de São Francisco Xavier subiu para 34.

Ao final da tarde, o Presidente da República disse ter sido informado pelo ministro da Saúde de que, segundo as últimas análises, “neste momento, não há traços ou sinais da existência de ‘legionella'” no Hospital de Lisboa, o que deve diminuir os casos.

Origem

O ministro da Saúde disse que a origem do foco foi o hospital São Francisco Xavier. Numa conferência de imprensa para fazer um ponto da situação do surto o ministro Adalberto Campos Fernandes indicou que “desde o primeiro minuto” que as evidências apontaram para uma emissão a partir daquele hospital.

“Desde o primeiro minuto que as primeiras evidências epidemiológicas e técnicas apontaram para uma emissão dentro do perímetro do hospital. A afirmação que foi hoje produzida durante o dia não tem qualquer compaginação com a realidade”, declarou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas.

Nesta terça-feira, o presidente dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) afirmou que as autoridades identificaram nas redondezas do São Francisco pelo menos sete equipamentos potencialmente produtores de aerossóis e onde poderá também ter começado o surto.

Segundo declarações do responsável, a maior probabilidade é que o surto tivesse tido origem nas instalações do hospital, mas, por precaução, a Administração Regional de Saúde (ARS) e o delegado de saúde fizeram o levantamento dos equipamentos potencialmente geradoras de aerossóis para fazer análises.

Adalberto Campos Fernandes considerou que a caraterização epidemiológicas e os elos que se estabelecem nestas situações são “relativamente fáceis para quem é do domínio da saúde pública”, indicando que se torna “mais fácil e seguro garantir” agora que a “fonte primária emissora dos aerossóis [com a bactéria] está controlada”.

A doença dos legionários, causada pela legionella, é uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infecção, podendo ir até 10 dias. A infecção pode ser contraída pela inalação da bactéria presente em aerossóis. Não se transmite por ingestão de água, mas sim pela inalação de aerossóis contaminados com a bactéria.

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